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OPINIÃO

Artigo | Precisamos conversar sobre Eduardo Leite

Sobre seu estereótipo do jovem bem apessoado mas com um senso de humanidade aparentemente atrofiado da geração pós golpe

29.nov.2019 às 11h42
Porto Alegre (RS)
Filipe Leiria
"Se a política fazia a diferença para a geração pós golpe militar, essa passa a dar lugar à gestão. Como se existisse uma técnica neutra"

"Se a política fazia a diferença para a geração pós golpe militar, essa passa a dar lugar à gestão. Como se existisse uma técnica neutra" - Foto: CPERS Sindicato

Precisamos conversar sobre Eduardo Leite, não exatamente sobre a sua pessoa, mas sobre o estereótipo que representa no imaginário coletivo e o ideário que moldou a construção de sua subjetividade. Refiro-me a um tipo muito comum de minha geração: o jovem aparentemente educado, bem-apessoado, que recita os vocabulários estrangeiros sobre gestão, define o mundo a partir do equilíbrio financeiro das planilhas, mas com um senso de humanidade aparentemente atrofiado, a ponto de avalizar (em diferentes graus de consciência) perversidades surpreendentes. Embora eu seja um pouco mais velho, reconheço-me como alguém que foi submetido ao mesmo recorte de ideias hegemônicas que norteiam as condutas do governador e aqueles que se parecem com ele. Uma geração que chega agora ao poder, os filhos da geração pós golpe militar.

Fomos imersos na cultura da abertura econômica brasileira, na importação de todo tipo de técnica de gestão quase nunca associadas às bases sociais de nossa realidade brasileira, no inglês desde a educação infantil, no fetiche de Harvard, IMT dentre tantas outras. O Brasil nos foi vendido como um atraso, subtraindo-nos assuntos como a importância de um SUS, a qualidade das universidades federais, o racismo abjeto que existe no nosso país, o narcoestado crescente, dentre outros. Internalizamos a ideia que fazíamos parte de uma geração superior, sem atentar para as armadilhas por trás dessa crença: a entrega de tudo que foi construído pelas gerações anteriores.

Se a política fazia a diferença para a geração pós-golpe militar, essa passa a dar lugar à gestão. “Sou um técnico não político”, “faço uma análise técnica, não política”. Como se existisse uma técnica neutra, que não partisse de olhares, tempos e espaços específicos. Se me posiciono como “técnico” pretensamente neutro, do alto do meu terno e gravatas slim, introduzo um atributo positivo a mim em qualquer espaço social que me imagino. Como se fora uma credencial que me coloca em vantagem. Implicitamente é a concepção de que existe um saber superior aos demais: o técnico é neutro, portanto está imune às imperfeições do político, do popular, do emocional, do prosaico, dentre tantos outros.

O técnico lida com planilhas em ambientes climatizados com café gourmet, não com gente suada da lida diária (maioria desse país). Daí tanta frieza dos filhos da geração pós golpe militar. O mundo não é visto como uma pluralidade de coisas que ora se aproximam, ora se estranham e a resultante dessa dinâmica produz uma terceira solução para vida em sociedade que não representa nem minha vontade, tampouco a do outro (aquele que estranho, mas aceito que devo conviver, pois sua existência é legítima) mas algo novo.

O mundo para essa geração da qual faço parte é o mundo da técnica “superior”, daqueles que estarão hierarquicamente postados em um saber superior, meritocrático, e comunicarão aos posicionados em instâncias inferiores o que devem fazer. Algo hierárquico, mas com aparência de horizontalidade. As imperfeições que atrapalham essa lógica devem ser corrigidas, por bem ou por mal, afinal essa técnica superior nos diz que tudo deva ser autossustentável, tendo esse conceito sempre um recorte que prejudica os mais frágeis da sociedade. Fazer o que, isso é um resíduo natural da aplicação da técnica superior, como quem quebra cascas de ovos para fazer a omelete.

Finalmente, toda essa técnica e gestão a bem da verdade se assemelha muito ao determinismo científico do século XIX. Se antes a biologia definia práticas eugênicas, determinava quem era ou não louco, quem deveria morrer ou viver, hoje são as planilhas. “Infelizmente chegamos nessa situação mas…” sempre haverá um “mas” para justificar. Talvez a morte de muitas bruxas na inquisição devam ter sido antecedidas de um “mas”: “ você é uma bruxa do bem, mas não é católica….para fogueira” . Aqui estamos: os professores, aposentados e pensionistas são importantes, “MAS” infelizmente as planilhas nos dizem que pesam no déficit e a única alternativa que conseguimos pensar é acelerar a morte dos mesmos fulminando seus sustentos. Sempre é em nome de algo ou alguém. Antes era em nome de um deus, já foi em nome de uma raça superior, hoje é exatamente em nome do que mesmo? Quem acertar qual o único setor que está batendo recordes de lucros nisso que chamam de “crise” ganha uma super planilha com déficit equilibrado, escrita em inglês".

* Filipe Leiria – Auditor do TCE-RS, Vice-Presidente do CEAPE-Sindicato.

 

 

Editado por: Marcelo Ferreira
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