Violência

Soco, pontapés e arma na cara: assim, policiais abordaram dois jovens em Pelotas (RS)

Imagens mostram a violência empregada pelos agentes contra dois garotos de 18 anos que foram liberados em seguida

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Agentes foram afastados e inquérito policial será instaurado
Agentes foram afastados e inquérito policial será instaurado - Foto: Reprodução

Imagens da câmera de vigilância de uma residência, mostram dois agentes da Brigada Militar de Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, abordando dois jovens de 18 anos no bairro do Areal com socos, pontapés e apontando uma arma contra o rosto de um deles (veja as imagens abaixo).

No vídeo, os agentes agem com truculência antes mesmo de descerem da viatura. O motorista só freia o veículo após colidir com a moto dos jovens, que cai. Quando saem, os policiais puxam suas armas e começam a desferir socos e pontapés.

Desde o princípio da abordagem, os garotos não esboçam qualquer reação.

Após alguns minutos verificando os documentos e interrogando os dois jovens, os agentes decidem liberá-los, pois não encontraram nada. Em entrevista à RBS TV, um dos que foram abordados afirmou que eles estavam indo para casa estudar e que depois da abordagem foram seguidos até a casa de um deles.

Ao jornal Zero Hora, o proprietário da residência onde está instalada a câmera, explicou porque decidiu divulgar as imagens. “Toda a vizinhança presenciou, foram muitos gritos, e as pessoas saíram de casa para conferir. Os meninos explicavam que não tinham feito nada e mesmo assim os policiais insistiam em agredir. É muito revoltante ver uma situação dessas (…) Não podemos mais tolerar abuso policial. A nossa sociedade precisa saber que é inaceitável policial agredir qualquer pessoa”, explicou o advogado Thales Nizolli.

O comandante da Brigada Militar em Pelotas, Márcio André Faccin, comunicou que os dois agentes foram afastados da corporação e um inquérito policial foi instaurado pela Polícia Militar para apurar a abordagem.

A Brigada Militar e a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul foram procurados pela reportagem. Porém, até o fechamento da matéria não se pronunciaram.

Edição: Rodrigo Chagas