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Ministério Público pede prisão de Evo Morales; "ordem é ilegal", diz ex-presidente

Acusado de terrorismo, Morales denunciou "falsidade das acusações" e reafirmou a confiança no povo boliviano

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Vítima de um golpe de estado, Evo renunciou em 10 novembro e atualmente é refugiado político na Argentina
Vítima de um golpe de estado, Evo renunciou em 10 novembro e atualmente é refugiado político na Argentina - Ronaldo Schemidt/AFP

O Ministério Público de La Paz, capital da Bolívia, emitiu nesta quarta-feira (18/12) um ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales pelos crimes de "sedição e terrorismo".

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De acordo com a resolução do MP, a ordem de prisão "poderá ser executada em qualquer hora e dia e, se for necessário, recorrer ao apoio da força pública". Evo se encontra na Argentina como refugiado.

Segundo a própria presidente autoproclamada da Bolívia, Jeanine Áñez, as acusações contra o ex-mandatário se baseiam em supostas ligações telefônicas que Evo teria feito durante sua estada no México pedindo a líderes políticos que realizassem sabotagens no país.

 

A ordem de apreensão expedida pelo Ministério Público (Foto: Twitter)

O ex-presidente, forçado a renunciar ao cargo no dia 10 de novembro após um golpe de Estado, já denunciou a falsidade dessas ligações e garantiu que "o povo unido, organizado, seguirá empenhado pelo bem da democracia".

Pelo Twitter, Evo afirmou que a ordem de prisão é "inconstitucional, injusta e ilegal" e ironizou o pedido pelo fato de coincidir com o aniversário de 14 anos de seu primeiro mandato.

"Nos 14 anos de nossa revolução, o 'melhor presente' que recebo do governo de facto é uma ordem de prisão, injusta, ilegal e inconstitucional. Não me assusta, enquanto tenho vido seguirei com mais força na luta política e ideológica por uma Bolívia livre e soberana", disse.

"Se cumpriram com todos os requisitos investigativos e a comissão de fiscais emitiu as ordens de prisão contra o senhor Juan Evo Morales Ayma", diz o texto expedido pelo MP.

Edição: Opera Mundi