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BALANÇO DE 2019

Eles roubam as flores, pisam no jardim e não se escondem

Professor estadual faz um balanço da conjuntura turbulenta de 2019

19.dez.2019 às 18h53
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h53
Ponta Grossa (PR)
Regis Clemente da Costa
Fila de desemprego comum de ser vista ao longo do primeiro ano de governo Bolsonaro

Fila de desemprego comum de ser vista ao longo do primeiro ano de governo Bolsonaro - Cesar Itiberê

Outubro de 2018. O Brasil elege o presidente da República. Muitos sinais de alerta dão conta que o ovo da serpente do fascismo estava em fase de eclosão. Embates políticos são travados para disputar a vanguarda eleitoral. Jair Bolsonaro é eleito. A democracia burguesa, no auge da exposição das suas contradições, das suas fétidas feridas e fissuras, permite que um grupo avesso aos mínimos ritos democráticos, chegue ao poder.

Nesse grupo político reúnem-se a direita, a extrema-direita, liberais, neoliberais, conservadores, herdeiros do nazifascimo brasileiro, militares do auto-escalão inconformados com o fim da ditadura e defensores de um legado de repressão, censura, tortura e assassinatos impostos à sociedade brasileira.

Soma-se a esse grupo frações da classe média ressentida, que se considera classe dominante, mas fica na antessala da burguesia, além de alguns grupos religiosos cristãos conservadores e ultraconservadores, saudosos da Idade Média e das trevas do obscurantismo que expõem, em praça pública e em seus púlpitos, a intolerância e manipulam o cristianismo ao seu bel-prazer.

Eles venceram e o Brasil perdeu! Desde então, as pautas que atacam os direitos humanos e a frágil democracia brasileira passaram a ser parte do cotidiano no país. Num misto de naturalização da barbárie, de ode ao obscurantismo, de vingança por um projeto interrompido com o fim da ditadura, da invocação dos invasores portugueses, dos defuntos putrificados da monarquia, da alusão aos fascistas derrotados, que se supunha extintos, passou-se a reivindicar e saudar os monstros de um passado sombrio e perverso.

Completa-se um ano de posse! A previdência social foi destruída, os direitos trabalhistas atacados, os direitos sociais tratados como privilégios, a educação teve cortes bilionários, as universidades públicas de referência mundial se tornaram inimigas a serem abatidas. Os professores, já precarizados em suas funções, passaram a ser criminalizados pelo ministro da educação e por integrantes do alto escalão governamental. Áreas como ciência e tecnologia foram atacadas por astrólogos e terra-planistas, como se a ignorância, a estupidez e a cultura do atraso estivesse na moda nessas terras tropicais.

A censura a alguns veículos de comunicação da mídia comercial viraram rotina, mesmo a mídia brasileira sendo fiadora desse projeto, por vezes explicitamente e, por vezes, disfarçadamente. Porém, muitos desses grandes veículos de comunicação, ao longo de 2019 foram atacados por Bolsonaro e seu grupo político. Ironicamente, esses mesmos veículos permanecem fiéis à ala neoliberal e às metas privatistas traçadas pelo governo federal. Trabalham, diuturnamente, como propagandista das medidas econômicas, como se fosse possível separar tais medidas das ações truculentas e autoritárias.

Os flertes com a ditadura ocorreram cotidianamente ao longo de 2019, no entanto, nada diferente do que já faziam em período eleitoral. A romantização da ditadura servia, também, como forma de desviar o foco de problemas graves envolvendo o clã Bolsonaro como por exemplo, o caso Queiroz, os candidatos “laranjas” do partido do presidente ou as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco. As menções à ditadura e, principalmente ao Ato Institucional número 5 vieram do clã, mas também do ministro da economia, representante máximo do neoliberalismo que ocupa o governo federal, assim como do vice-presidente da República.

Eles avançam! Tentam criar um partido com o número 38, em alusão à arma de mesmo calibre. Os defensores do nazifascismo já exibem suas preferências publicamente, cantando o hino dos integralistas no centro da maior cidade brasileira ou ostentado a suástica nazista em espaço público.

O aparelhamento do Estado brasileiro segue em ritmo acelerado para dar sustentação ao governo e fazer avançar o projeto de poder. Esse avanço é perigoso, mas não pode paralisante para aqueles que se mantém lúcidos, conscientes e dispostos a lutar.

Em 1968, ano em que a ditadura militar impôs o AI5, Eduardo Alves da Costa escreveu o poema “No caminho de Maikovski”. Dizia ele:

“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada
”

2020 está aí! Algumas flores já foram roubadas e parte do jardim pisoteado. Não permitamos, porém, que nos roubem a luz e que nos arranquem a voz da garganta. Com a união, organização e a luta, faremos passar a noite escura, a repressão, o terror e o medo e, à luz do dia, reconstruiremos o jardim e faremos ecoar a nossa voz! O caminho, porém, se faz caminhando! Coloquemo-nos em marcha!

Editado por: Pedro Carrano
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