América Latina

México denuncia aumento de cerco militar em torno da embaixada do país na Bolívia

Embaixada recebeu vários membros do governo de Evo Morales após o golpe que o derrubou em novembro

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Presidenta autoproclamada Jeanine Áñez disse que os militares não estariam afetando “a livre circulação dos funcionários mexicanos"
Presidenta autoproclamada Jeanine Áñez disse que os militares não estariam afetando “a livre circulação dos funcionários mexicanos" - Telesur

O subsecretário para América Latina e Caribe da Secretaria de Relações Exteriores do México, Maximiliano Reyes, denunciou nesta quinta-feira (25) a chegada de mais patrulhas e veículos militares em torno da embaixada do país em La Paz, na Bolívia, e da residência oficial do embaixador.

A embaixada mexicana e o país em si receberam vários dos membros do governo de Evo Morales – inclusive ele próprio – após o golpe que o derrocou em novembro. No momento, estão na sede diplomática diversos ex-ministros, como Juan Ramón Quintana, ex-titular do Ministério da Presidência. Contra ele, o governo boliviano emitiu uma ordem de prisão.

"É dessa maneira que a polícia da Bolívia 'cuida' do pessoal diplomático do México, tirando fotografias, inclusive quando estão dentro da Residência Oficial", escreveu Reyes, no Twitter, acompanhado de uma foto de policiais bolivianos fotografando o local.

O governo de Andrés Manuel López Obrador rechaçou na última terça (24) a ação das forças de segurança boliviana, por meio de um comunicado da chancelaria.

“Corpos de segurança e inteligência continuam rodeando ambos recintos do México em La Paz, ao contrário do que haviam declarado funcionários deste país. Atualmente, existe um cerco policial que registra o movimento das pessoas que entram e saem dos recintos diplomáticos mexicanos; agentes realizam gravações e tentaram deter o livre trânsito da embaixadora do México e do pessoal diplomático, enquanto oficiais motorizados seguem os deslocamentos dos veículos oficiais”, afirma a nota.

“O governo do México exige ao Estado Plurinacional da Bolívia que cumpra com suas obrigações internacionais, garanta a inviolabilidade das missões diplomáticas e cesse a política de assédio e amedrontamento. A manter-se esta situação, o México responsabiliza a Bolívia por qualquer ação na sede diplomática, a seu pessoal credenciado e a toda pessoa que se encontre sob a proteção do Estado mexicano neste país”, diz o texto.

Por sua parte, no entanto, o governo da Bolívia, sob liderança da presidente autoproclamada Jeanine Áñez, disse que os militares não estariam afetando “a livre circulação dos funcionários mexicanos”, nem, tampouco, violando “o recinto diplomático”, mas sim teriam a intenção de “garantir a segurança”.

“O governo da Bolívia comunica que recebeu informação credível de ameaças de violência por parte de movimentos sociais da cidade de El Alto, conjuntamente com um grupo de Omasuyos no departamento de La Paz, denominado “Ponchos Rojos”, que, segundo esta informação, se dispõem a marchar até a residência da Embaixada do México com o objetivo de exigir a expulsão do ex-militar e ex-ministro da Presidência Juan Ramón Quintana”, diz um comunicado do governo Áñez.

Edição: Opera Mundi