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Início Política

MEIO AMBIENTE

Mineração para além dos territórios

Especialistas denunciam impactos da ganância na extração de recursos naturais

08.jan.2020 às 18h53
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h53
Recife (PE)
Daniel Lamir
Escola municipal tomada pela lama da Vale em Mariana (MG)

Escola municipal tomada pela lama da Vale em Mariana (MG) - Rogério Alves

São mais de 400 anos de exploração de recursos naturais no território brasileiro. Dentre o passado secular do período colonial e passado recente do neoextrativismo, a ganância de quem controla a mineração coloca em xeque vidas humanas e o meio ambiente. Movimentos populares que atuam no debate sobre a mineração estão cobrando mais prudência e equilíbrio na extração de minérios no Brasil.
 
O que podemos contextualizar sobre os impactos sociais e ambientais de empreendimentos como o Projeto Carajás (PA), ou mesmo das corridas de garimpo de ouro, mineração de urânio, polo gesseiro, extração de carvão, catalão, amianto e mármore no Brasil? Algumas vozes preferem reproduzir única e exclusivamente os números comerciais sobre o assunto, no país que ocupa a segunda posição no mercado mundial do setor. 

Reconfigurar a lógica predatória e ameaçadora de vidas da megamineração não é tarefa fácil. Além do poder político de quem controla as empresas do setor, o debate e os olhares sobre a mineração precisa ser popularizado. Há setores da academia e da imprensa, por exemplo, que evitam uma abordagem crítica e contextualizada da mineração sobre temas como concentração de renda, conflitos com comunidades, destruição da natureza e ameaças constantes de vidas.    

“Onde circula o objeto industrial? Circula na cidade. Então o debate da mineração precisa se dar na cidade como espaço de realização desse objeto que veio da natureza e se realiza como objeto ideológico, de consumo, como um objeto industrial. Nós pensamos dessa forma. Nós saímos da ideia de ficarmos muito limitado ao território, e estamos propondo um movimento de luta mais amplo”, analisa Charles Trocate, representante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

Os próprios episódios de desastres nas cidades mineiras de Mariana e Brumadinho, em 2015 e 2019, respectivamente, geraram visibilidade midiática, mas Charles Trocate lembra que ao mesmo tempo ainda se faz necessária uma contextualização crítica para além do sensacionalismo nas coberturas. Charles fez uma contextualização sobre o conceito da rodagem perpétua do capital (etapas entre a extração de recursos naturais e o consumismo) na perspectiva complexa do poder da mineração.  

“Ou se controla de maneira a transformá-la ou qualquer tentativa de controlar partes dessa rodagem é impraticável. Essa rodagem do capital vai provocar uma ruptura metabólica. Um esgotamento da possibilidade de uma sociedade industrial moderna ao ritmo da extração das riquezas e transformação delas em mercadorias”, pontuou o representante do MAM. 

O olhar para além do território da mineração também fez parte da questões levantadas por Ricardo Gonçalves, do Núcleo Política, Economia, Mineração, Meio Ambiente e Saúde (POEMAS) da Universidade Estadual de Goiás. Ricardo lembra que o período do neoextrativismo na América Latina iniciou na década de 2000, atendendo mais os anseios de um mercado internacional que aos próprio países exportadores.  

Ricardo questiona o sentido do neoextrativismo no Brasil para além de uma corrida pelo lucro, quando o aumento de conflitos e perspectivas retrógradas na mineração nem sempre podem ser associada ao “boom” das exportações iniciadas na década de 2000. O representante do POEMAS destaca ainda os desafios do tema da mineração para os geógrafos, indicando perspectivas críticas e de potencialidade transformadora na realidade.    

“Nós não compreendemos a mineração e seus impactos apenas na mina. Não é uma atividade que possui implicações cirúrgicas, ou seja, reduzidas à mina. Nós compreendemos essas unidades e suas implicações territoriais a partir das redes globais extrativas”, destaca Ricardo ao incluir minerodutos, ferrovias, barragens de rejeitos e portos como partes de uma rede integrada da atividade extrativista. 

A mexicana Aleida Azamar Alonso, da Universidad Autónoma Metropolitana-Xochimilco, critica a lógica da mineração na América Latina, em que os dados sobre acidentes são embaçados e desconsiderados. Aleida cobra mais popularização sobre os dados de lucro de grupos empresa, exploração trabalhista e perseguições políticas a quem defende lógicas mais equilibradas na extração. 

Ela aponta o cinismo feito por empresas mineradoras e a mídia mexicana mesmo diante do vazamento do Golfo do México, em 2010, a exemplo de alguns porta-vozes trazerem mais preocupações sobre o tempo em que podem continuar extraindo recursos naturais ao de uma possível preocupação com os impactos sociais, humanos e ambientais dos acidentes causados. 

Sobre a sensatez no ritmo da mineração, Aleida categoriza três níveis: 1) sensato; 2) depredador; 3) dispensável. “Dentre os países que extraem os recursos naturais, mais de 50% são para exportação. Além disso, para extrair um recurso natural, muitas vezes se necessita de extrair outros. O volume da extração é muito maior que o da exportação. E isso está em toda a América Latina”, identificou. 

Atualmente, movimentos populares contra a mineração estão alertando sobre os riscos de novos empreendimentos, a exemplo do projeto de uma usina nuclear em Itacuruba (PE). Às margens do Rio São Francisco, o empreendimento ameaça comunidades tradicionais indígenas, quilombolas, pescadoras e de agricultura familiar, além do bioma da caatinga na região. 

* A matéria foi escrita durante o IX Simpósio Internacional de Geografia Agrária (SINGA) no Recife.

Editado por: Marcos Barbosa
Tags: brasil de fatomineração
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