pós-golpe

Partido de Evo Morales indica candidato à presidência da Bolívia

David Choquehuanca será postulante à presidência e o líder cocalero Andrónico Rodríguez candidato à vice-presidência

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Anúncio formal deverá acontecer no dia 22 de janeiro
Anúncio formal deverá acontecer no dia 22 de janeiro - OEA OAS / Flickr

O binômio eleitoral do Movimento para o Socialismo (MAS) foi indicado nesta quinta-feira (16/01) e será representado por David Choquehuanca, ex-chanceler de Evo Morales, e pelo jovem líder cocalero Andrónico Rodríguez nas próximas eleições presidenciais da Bolívia.

A decisão foi tomada por unanimidade em uma reunião realizada em La Paz pelas organizações que compõem o Pacto de Unidade, uma plataforma dos setores sociais que apoiam o MAS, partido do ex-presidente Evo Morales, exilado na Argentina depois que um golpe de Estado forçou sua renúncia. O anúncio oficial deverá acontecer na próxima quarta-feira (22/01), data em que terminaria o mandato de Evo.

"No MAS é oficial o apoio do nosso companheiro David Choquehuanca como candidato à presidência e do nosso companheiro Andrónico Rodríguez como candidato à vice-presidência. Portanto, são decisões dos nove departamentos, dos setores sociais que compõem o Pacto de Unidade e a Central Trabalhadora Boliviana, e decisões dos setores sociais que acompanharam este partido político", anunciou na manhã desta sexta-feira (17/01) o deputado Henry Cabrera, do MAS.

Em entrevista coletiva, o representante do Pacto de Unidade, Henry Nina, disse que uma comissão viajará à Argentina no dia 19 de janeiro para informar a decisão ao presidente Evo Morales. A Bolívia prepara-se para realizar novas eleições gerais para eleger o novo presidente e substituir a eleição de 20 de outubro passado que foi anulada.

Na noite de sexta-feira (03/01) o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país definiu que as novas eleições devem acontecer no dia 3 de maio. Na data, além dos bolivianos votarem em um novo presidente, os cidadão também deverão escolher novos deputados para a Assembleia Legislativa. 

Atualmente a Bolívia é presidida pela autoproclamada presidente Jeanine Áñez, que assumiu após o golpe de Estado realizado no dia 10 de novembro de 2019.

Chanceler da Bolívia desde 2006, David Choquehuanca já foi dirigente da Confederação Sindical Única de Camponeses da Bolívia e conhece o presidente Evo Morales desde 1984, quando promoviam encontros de pequenos agricultores. 

Formado pela Escola Nacional de Formação de Quadros Niceto Pérez, em Cuba, Choquehuanca atuou como integrante do Movimento Campesino Indígena na campanha "500 Anos de Resistência", cujo objetivo era recuperar a cultura e as formas próprias de organização, o território e os símbolos indígenas. 

O político é pós graduado em História e Antropologia Culinária pela Universidad Mayor de San Andrés (CIDES- UMSA) e nos anos 2000 obteve o Diploma Superior em "Direitos dos Povos Indígenas" na Universidade Cordillera.

* Com teleSUR

Edição: Opera Mundi