crimes sexuais

Em mais uma sentença, Justiça determina pena de 40 anos a João de Deus

Nova sentença é referente a crimes cometidos contra cinco mulheres durante atendimentos espirituais em Abadiânia (GO)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O médium mantinha a Casa Dom Inácio de Loyola para atendimentos espirituais, no interior de Goiás
O médium mantinha a Casa Dom Inácio de Loyola para atendimentos espirituais, no interior de Goiás - Foto: Evaristo Sá/AFP

Preso desde 16 de dezembro de 2018, João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, recebeu mais uma sentença nesta segunda-feira (20), desta vez a mais de 40 anos de prisão. A decisão é referente a crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres.

Esta é a terceira condenação do médium, que já recebeu sentença por posse ilegal de arma de fogo a 4 anos em regime semiaberto, em novembro de 2019, e por crimes sexuais contra quatro mulheres, condenado a 19 anos em regime fechado, em dezembro de 2019.

A nova decisão da juíza Rosângela Rodrigues Santos acolheu denúncia do Ministério Público de Goiás (MP GO) enviada em março do ano passado. O condenado nega as acusações e seus advogados de defesa podem recorrer da sentença. O processo tramita na Comarca de Abadiânia, interior de Goiás, onde o médium mantinha a Casa Dom Inácio de Loyola para atendimentos espirituais.

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Desde quando as denúncias vieram à tona, em dezembro de 2018, o MP GO já recebeu cerca de 320 denúncias de mulheres que se dizem vítimas de João de Deus.

Ao todo, Teixeira de Faria já foi denunciado 14 vezes pelo Ministério Público, sendo 12 por crimes sexuais. 

A avalanche de acusações contra o líder espiritual vieram à tona após reportagem do programa Conversa com Bial, publicada no dia 7 de dezembro de 2018, na qual brasileiras e estrangeiras denunciaram terem sido abusadas sexualmente durante atendimentos espirituais.

Segundo informações do MP, as vítimas que formalizaram as denúncias no último período foram abusadas entre 1973 e 2018. Ou seja, o médium teria violentado pacientes espirituais ao longo dos últimos 45 anos.

Das 319 mulheres que procuraram a promotoria, 194 formalizaram as acusações e ao menos 15 alegaram terem sido vítimas antes dos 13 anos.

Edição: Vivian Fernandes