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China ignora sanções dos EUA e reafirma compromisso comercial com a Venezuela

Porta-voz chinês manifestou apoio à soberania venezuelana e à legitimidade do governo de Maduro

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Geng Shuang rebateu declarações da Casa Branca e avisou que o apoio chinês ao governo venezuelano é irrestrito - Ministério das Relações Exteriores da China/Divulgação

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, anunciou que Pequim vai manter relações comerciais com a Venezuela, apesar das sanções unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos ao país governado por Nicolás Maduro.

A declaração foi dada após Eliott Abrams, enviado especial da Casa Branca, declarar que Washington está tomando medidas para convencer os chineses a desistir da cooperação com a Venezuela, baseada majoritariamente na importação de petróleo.

Ao rebater o estadunidense, o porta-voz chinês fez questão de ressaltar que a China oferecerá apoio irrestrito à soberania venezuelana e à legitimidade do governo de Maduro.

“[Vamos] permitir que os Estados Unidos fiquem cientes dos fatos, parem de abusar de sanções e outras medidas coercitivas e trabalhem com todas as partes para encontrar uma solução política para o problema venezuelano [...] A cooperação entre China e Venezuela continuará a se desenvolver”, disse.

Geng enfatizou que a China mantém relações internacionais baseadas em princípios da Carta das Nações Unidas, que favorecem negociações estabelecidas pelo diálogo pacífico e racional, sem admitir sanções arbitrárias que garantam interesses exclusivos de potências mundiais.

Além disso, o representante chinês também se posicionou contrário à interferências dos Estados Unidos no caso da companhia petroleira russa Rosneft Trading, subsidiária da Rosneft, outro alvo de sanções unilaterais dos norte-americanos.

“Somos contra qualquer interferência nos assuntos internos de outros países, assim como somos contra sanções unilaterais e jurisdição extraterritorial”.

Sanções

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas totais contra o governo da Venezuela em agosto do ano passado. A ordem foi assinada pelo presidente Donald Trump.

Com a medida, todos os bens ligados ao presidente Nicolás Maduro ficaram congelados e todas as transações com o governo venezuelano foram proibidas, a menos que sejam especificamente isentas.

A medida pôs a Venezuela ao lado de Cuba, Coreia do Norte, Irã e Síria, os únicos países a sofrerem restrições semelhantes por parte dos EUA na atualidade.

Edição: Douglas Matos