Folia mirim

Samba nos pezinhos: crianças participam de bloco de Carnaval em São Paulo

Iniciativas têm se tornado cada vez mais comuns, e buscam oferecer vivências típicas do carnaval para pais e crianças

Brasil de Fato | São Paulo |

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Entre oficinas e apresentações artísticas, crianças e adultos pularam ao som de canções carnavalescas como “Alalaô” e “Abre Alas” - Vanessa Nicolav / Brasil de Fato

Ocupar as ruas coletivamente, com música, fantasia e folia também é direito dos pequenos cidadãos. É o que tem defendido blocos de carnaval voltados especialmente para crianças.

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Organizados por associações culturais e coletivos, essas iniciativas têm se tornado cada vez mais comuns, e buscam oferecer vivências típicas do Carnaval para pais e crianças participarem da mais celebrada festa nacional, também nos espaços públicos.

Um exemplo é o Carnavalzinho, que nesta segunda-feira (24), ocupou a Praça Rotary, na Vila Buarque em São Paulo. Entre oficinas e apresentações artísticas, crianças e adultos pularam ao som de canções carnavalescas como “Alalaô” e “Abre Alas”, entre outros ritmos brasileiros como coco, cacuriá e ciranda.

Para Michele Rodrigues, do coletivo Brincante Itinerante vivência lúdica entre adultos e crianças é uma das mais gratificantes.

“A energia que as crianças trazem é enorme. E colocá-las dentro desse local do carnaval, que é um lugar que nos pertence desde pequeno, é fantástico. Você brincar, aprender as músicas e o ritmo que o corpo vai criando, é educativo e extremamente importante para a formação individual e coletiva.” 

Para ela, esse tipo de atividade também remete à essência do verdadeiro carnaval. “Carnaval é ser criança, é buscar o que você tem de mais precioso. É poder se fantasiar. No carnaval você ri para o outro, uma coisa que poderíamos fazer o ano inteiro. O carnaval traz essa abertura, essa espontaneidade, é voltar ser criança.”  completa.

Confira a reportagem em vídeo do Brasil de Fato 

Quem também aproveitou para revigorar as energias na folia foi Raquel Silveira, professora aposentada, que esteve na praça com a neta. 

“Eu acho Carnaval muito importante, porque é uma oportunidade para a gente brincar e brincar faz muito bem para a alma. Mesmo que alguns governantes não gostem, ele é um patrimônio da cultura brasileira. É algo para ser supervalorizado, essa capacidade de sair da vida cotidiana, de poder se soltar um pouco, por uma máscara e sair se divertindo.” declara Silveira.

Lorena de Souza Silva, de 9 anos, também aprova a data comemorativa, “Eu acho carnaval a coisa mais legal do mundo. Eu acho muito divertida, porque significa que as pessoas ainda gostam de se fantasiar, de serem crianças. E ser criança é muito bom.”

Sobre a importância de ocupação dos espaços públicos, a coordenadora de eventos, Ana Carvalho Silva, que esteve presente com a filha Helena, destaca o uso voltado para a folia das crianças.

“Eu acho a quantidade de espaços públicos em São Paulo muito limitada. A gente consegue acessar muito pouco, principalmente com crianças. Por isso acho importante ocupar. Quanto mais a gente ocupa mais mostra a importância deles.” afirma.

Para Danilo Barbosa, animador cultural do Sesc Consolação, instituição parceira da ação, a atividade carnavalesca associa direito das crianças ao lazer, acesso ao espaço público e a convivência social.

“É uma preocupação constante nossa trazer o carnaval para público infantil. Porque é uma turminha que está na cidade, que quer usufruir da cidade. E a ideia é oferecer folia com conforto, segurança algo que seja gostoso e que já comece a colocá-lo dentro dessa vivência social.”

 

Edição: Leandro Melito