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Movimentos lembram legado de Marielle após 2 anos de execução

Com atos cancelados em prevenção ao contágio por coronavírus, dia continua sendo de homenagens à vereadora

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
marielle franco
Em Curitiba, ato “Quem mandou matar Marielle E Anderson?” foi cancelado, seguindo orientações do Ministério da Saúde - Mídia Ninja

Neste sábado (14), marca-se dois anos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Diferentes movimentos populares haviam convocado manifestações para homenagear a memória de Marielle , lembrar suas lutas por uma sociedade mais justa e igualitária e cobrar respostas sobre os mandantes do crime.

Em Curitiba, a Frente Feminista havia organizado o ato “Quem mandou matar Marielle E Anderson?”, na Praça Santos Andrade. No entanto, em decorrência das recentes orientações do Ministério da Saúde para prevenir o contágio pelo novo coronavírus, o ato foi cancelado.

Pelo mesmo motivo, na quinta (12), o Instituto Marielle Franco cancelou as atividades organizadas para o dia 14 de março no Rio de Janeiro. Os movimentos lembram, no entanto, que o dia 14 segue sendo de reafirmação do legado da vereadora.

Em comunicado publicado nas redes sociais, a Frente Feminista pede que a população siga mobilizada: "esse 14M não passará 'em branco': ELE SERÁ AMARELO! Por essa razão pedimos que amanhã o Brasil floresça por Marielle Franco. Que todas e todos coloquem panos e lenços amarelos em suas janelas, que usemos girassóis e roupas amarelas. A luta continua, precisamos de respostas!"

Em nota, o Instituto Marielle Franco justifica o cancelamento das atividades: 

"Como todo mundo deve estar acompanhando, a organização Mundial da Saúde declarou pandemia do Coronavírus. O Brasil registrou hoje mais de 70 casos. [...] Aqui no Brasil, nós temos o Sistema Único de Saúde, o SUS, que é um patrimônio do nosso país, mas que vem sofrendo ataques e tentativas de sucateamento sistematicamente em benefício das redes privadas.

O número de pessoas contaminadas com o vírus nos próximos dias, deverá ser muito maior do que a quantidade de leitos disponíveis dos hospitais.

Isso quer dizer que serão as pessoas mais pobres, em geral mulheres, pessoas negras e moradoras de favelas e periferias, que mais estarão vulneráveis ao vírus que ainda não tem vacina.

Marielle passou a sua vida lutando para defender a vida de todas as pessoas, principalmente dessas pessoas que não têm os seus direitos garantidos.

Pensando em tudo isso e na nossa responsabilidade enquanto Instituto Marielle Franco de não aumentar o risco de contaminação, decidimos alterar a programação do nosso Dia de Ações por Marielle e Anderson, cancelando as atividades que reuniriam grandes quantidades de pessoas".

Edição: Lia Bianchini