Pandemia

Paulistano de 62 anos é primeira morte por coronavírus no Brasil

São Paulo (SP) e Rio de Janeiro decretaram estado de emergência

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O decreto 59.283, de Covas, foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (17) - Foto: Carl de Souza / AFP

O estado de São Paulo teve a primeira morte registrada de uma pessoa em decorrência do coronavírus, um homem de 62 anos. A informação foi publicada pela colunista Mônica Bergamo no jornal Folha de S. Paulo.

Detalhes sobre o caso serão informados à imprensa em coletiva com os médicos do centro responsável pelas medidas para prevenção da doença.

Em resposta ao avanço de casos de pessoas infectadas com coronavírus no município de São Paulo e no estado do Rio de Janeiro, o prefeito Bruno Covas e o governador Wilson Witzel declararam estado de emergência. A medida facilita a compra de equipamentos e serviços profissionais para a enfrentar o surto, assim como a suspensão do funcionamentos de estabelecimentos públicos e privados.

O decreto 59.283, de Covas, foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (17) e dispensa a licitação para compra de bens e serviços destinados ao enfrentamento da pandemia, assim como permite a possibilidade da requisição de bens e serviços de pessoas ou empresas, com posterior indenização.

Com exceção de atividades consideradas essenciais, o texto assinado pelo prefeito de SP abre a possibilidade de suspensão de serviços públicos. Já em relação aos servidores, especificamente, o decreto autoriza a licença no caso de confirmação de infecção e trabalho remoto para trabalhadores que tenham voltado recentemente do exterior ou que apresentem sintomas de contaminação.

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O trabalho remoto também foi autorizado para mulheres grávidas ou em fase de amamentação, para servidores com mais de 60 anos ou pessoas que façam parte do grupo de risco. 

Reuniões e audiências presenciais, assim como viagens para o exterior e a realização de concursos públicos, foram proibidas durante a situação de emergência. O decreto veda, ainda, a expedição de novos alvarás de autorização para eventos públicos.

A medida também atinge os meios de transporte público e individuais dos paulistanos. Motoristas e cobradores foram orientados a higienizarem a mão constantemente, assim como os veículos coletivos, que serão higienizados várias vezes ao dia. A oferta de álcool gel em terminais de ônibus também está prevista pelo decreto. 

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Para estimular que as pessoas evitem o transporte coletivo, Covas também manteve a suspensão do rodízio de veículos, permitindo que as pessoas que ainda precisem se deslocar possam optar pelos seus próprios carros.
 
O decreto 59.283 também prevê a antecipação da vacina da gripe, assim como a capacitação de profissionais na área da saúde, compra de equipamentos de proteção individual, ampliação do número de leitos para casos mais graves e utilização de equipamentos culturais, educacionais e esportivos para o atendimento de pacientes, caso seja necessário.

De acordo com a Secretária Estadual de Saúde, o estado de São Paulo tem 152 casos confirmados da doença até esta segunda-feira (17), com mais 1.777 casos suspeitos de coronavírus. 

A situação não é nada melhor no estado vizinho. Dos 234 casos confirmados em todo Brasil, 31 são no Rio de Janeiro. Editado ontem, o decreto de Witzel reduz o funcionamento de bares, restaurantes, shoppings e outros estabelecimentos a um terço da capacidade total. 

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A suspensão de aulas nas escolas públicas e particulares, creches e instituições de ensino superior também está mantida e é considerada pelo governo uma antecipação do recesso de meio de ano. 

Além de assinar o decreto que facilita as contratações ligadas à emergência do coronavírus, Witzel criou um gabinete de crise com integrantes do governo e da sociedade. O Rio de Janeiro registrou o primeiro caso de um doente que apresenta estado de saúde muito grave devido à contaminação pelo covid-19. O paciente tem 65 anos e está internado em um hospital privado na capital fluminense. 

O governador também indicou que a população reduza o acesso às praias e piscinões públicos, para que aglomerações sejam evitadas. 

Edição: Leandro Melito