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O que você precisa saber sobre a vacina contra a gripe para não cair em fake news

Antes de repassar, procure verificar a veracidade, se aquela informação é correta

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A vacina não é contra covid-19 e nem será distribuída à população por ordem alfabética - David Greedy/AFP
Antes de repassar, procure verificar a veracidade, se aquela informação é correta

O Ministério da Saúde iniciou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe no dia 23 de março, e com ela também se intensificaram as notícias falsas sobre o assunto. Ao contrário do que se propaga nas redes virtuais, a vacina não gera a imunização contra o novo coronavírus e nem será distribuída à população por ordem alfabética. 

A médica Eliane Matos, que faz parte da assessoria clínica da unidade produtora de imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), explica que a campanha tem como público alvo todos os idosos com mais de 60 anos e profissionais da saúde independentemente da inicial do nome, em todas as unidades e postos de saúde. 

“Não acreditem em fake news e não repassem para frente mensagens, caso receba, que você não tenha certeza da fonte. Procure antes de repassar, verificar a veracidade, se aquela informação é correta”. Além das secretarias estaduais e municipais, é possível encontrar informações nos sites do Ministério da Saúde, da Fiocruz e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

O Ministério da Saúde adiantou a vacinação por causa da circulação do novo coronavírus com o objetivo de diminuir a procura em unidades de saúde de pessoas infectadas pelo vírus da influenza, causador da gripe. 

A vacinação também ajudará no diagnóstico de covid-19. Segundo o Ministério da Saúde “a vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos”.

“O objetivo é proteger os idosos o quanto antes porque eles pertencem ao grupo de risco para a infecção do coronavírus e complicações que podem ocorrer e também para diminuir a procura em unidades de saúde de pessoas infectadas pelo vírus da influenza, que é o vírus que causa a gripe.”

A médica também lembra que, diferente do que diz as notícias falsas, a vacina não causa a gripe. “Os efeitos colaterais dessa vacina são dor e vermelhidão no local que foi feita a injeção da vacina da gripe. Então é importante que fique claro que essa vacina da gripe não causa gripe. É uma vacina de vírus inativado, ela não tem como causar a gripe”, afirma Eliane Matos.

Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe

Nesta primeira etapa da campanha, o governo espera vacinar pelo menos 90% de idosos acima de 60 anos e dos profissionais da saúde, atingindo 67,6 milhões de pessoas em todo o país, até o dia 22 de maio. No dia 9 de maio haverá o dia “D” de mobilização nacional para vacinação, quando 41 mil postos de saúde ficarão abertos.

A segunda etapa da campanha começa no dia 16 de abril e tem por objetivo vacinar doentes crônicos, professores das redes pública e privada e profissionais das forças de segurança e salvamento.

A terceira e última etapa tem início no dia 16 de abril e deve priorizar crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

A vacina distribuída é contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul durante 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2). No Rio de Janeiro, é possível receber a vacina em esquema de drive-thru, no qual não é necessário nem sair do carro. Em outros lugares, no entanto, como no interior de São Paulo, há escassez e falta de vacinas para a população, como em Sorocaba, onde a Secretaria de Saúde afirmou que a situação deve ser regularizada em breve.

Em 2020, foram registrados  165 casos e 13 óbitos por Influenza A (H1N1), 139 casos e 14 óbitos por Influenza B e 16 casos e 2 óbitos por Influenza A (H3N2). São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1: 42 casos e 2 mortes. Em 2019, foram  5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de influenza no país.

Edição: Rodrigo Chagas