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Cuba recebe 22 mil máscaras doadas pela China para auxiliar no combate ao coronavírus

Doações de empresa e governo chineses chegam ao país em meio aos ataques sofridos pelo bloqueio econômico estadunidense

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O embaixador chinês em Cuba, Chen Xi (E), e o vice-ministro da Saúde de Cuba, Luis Fernando Navarro, após a entrega da doação de suprimentos - Joaquín Hernández / POOL / AFP

Uma doação enviada pelo governo da China para ajudar no combate à epidemia do novo coronavírus chegou a Cuba nessa segunda (06). A informação foi confirmada pelo Ministro de Relações Exteriores do país caribenho, Bruno Rodríguez Parrilla.

O primeiro lote da doação de suprimentos está composto por 12 mil máscaras de proteção, mil vestimentas descartáveis, 2 mil pares de luvas cirúrgicas e 2 mil pares de protetores de sapatos, disponibilizados pelo governo chinês, e 10 mil vestimentas descartáveis e 10 mil máscaras enviadas pela empresa chinesa Yutong, fabricante de ônibus. 

A entrega oficial dos suprimentos foi realizada na sede do Ministério de Saúde Pública de Cuba, e contou com a presença de Chen Xi, Embaixador da China no país, da vice-ministra de Comércio Exterior de Cuba, Ana Teresita González Fraga e de Luis Fernando Navarro, vice-ministro de Saúde Pública. 

Na ocasião, o embaixador chinês destacou que a doação expressa a solidariedade entre os dois povos irmãos, que persistirá “apesar dos tempos difíceis”, como informou o jornal cubano Granma. Chen Xi também anunciou que, nos próximos dias, chegarão outros lotes de suprimentos enviados pela China.

“Nosso governo e nosso povo agradecem. É uma demonstração da inextricável amizade que nos une. Em tempos de pandemia, a solidariedade e a cooperação salvam vida”, afirmou o chanceler cubano através de sua conta no Twitter.

A chegada dos suprimentos em Cuba também foi comentada pelo embaixador de Cuba na China, Carlos Miguel Pereira Hernández, em suas redes sociais. Ele criticou a postura dos Estados Unidos que, a partir do bloqueio econômico imposto à ilha, impediu que um navio com doações enviadas pelo empresário chinês Jack Ma, fundador da empresa de eletrônicos Alibaba, aportasse em Cuba.

A empresa contratada para transportar os suprimentos, que incluíam máscaras, kits de diagnóstico mais rápidos e respiradores, desistiu de entregar a encomenda sob o argumento de que as regras do bloqueio imposto pelos EUA impediam a ação.

O governo chinês enviou suprimentos e equipes médicas especializadas no combate do novo coronavírus a diversos países, entre eles, Irã, Coreia do Sul, Paquistão, Japão e Itália, além de doar 20 milhões de dólares à Organização Mundial da Saúde. Por sua vez, Cuba, conhecida pela sua tradição de solidariedade, enviou brigadas médicas à Itália, Venezuela e Nicarágua, para enfrentar a pandemia mundial.

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Em Cuba, há 396 casos confirmados do novo coronavírus, com acompanhamento médico de todos os casos, e 11 mortes registradas. Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério de Saúde Pública, 340 pacientes infectados têm um quadro clínico estável e 27 estão curados.

Contrapartida

A aliança entre China e Cuba em meio crise gerada pelo novo coronavírus também se expressa no país oriental. Desde o final de janeiro, a China produz um medicamento antiviral de origem cubana, o Interferón alfa 2B (IFNrec).

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O produto biotecnológico de Cuba é um dos medicamentos utilizados no tratamento dos sintomas da covid-19 e está sendo produzido em território em chinês pela empresa Chang Heber, localizada na província de Jilin (região nordeste do país), uma iniciativa de intercâmbio biotecnológico entre os dois países.

Edição: Luiza Mançano