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COVID-19

Pandemia do coronavírus afeta religiões de matriz africana e indígena no Recife

Isolamento social, tática adotada para garantir a prevenção aos efeitos do vírus, tem alterado as rotas das cerimônias

08.abr.2020 às 14h41
Recife (PE)
Afonso Bezerra

Atividade da Jurema - Casa das Matas Reis Malunguinho

O avanço da pandemia do coronavírus pelo mundo tem alterado o calendário de cerimônias e atividades das religiões de matriz africana e indígena. Marcadas pela oralidade, força da coletividade e intenso contato, o Candomblé, a Umbanda e a Jurema estão passando por um processo de adaptação.  Esta mudança radical, que tem alterado a data de obrigações e recolhimentos, é o resultado do isolamento social, única tática eficaz até o momento para evitar a contaminação em grande escala da covid-19. 

O consenso entre os principais líderes e seguidores, aqui no Recife, é de que o momento, apesar de triste e de profundo impacto no cronograma das atividades , exige recolhimento, cuidados com a saúde e solidariedade com as pessoas mais vulneráveis socialmente. Com isso, a saída é se reinventar. 

Na Região Metropolitana do Recife, no município de Abreu e Lima, as portas do terreiro de Candomblé Ilê axé oxum kemi estão, oficialmente, fechadas. A recomendação é que, durante este período de quarentena, as orações sejam realizadas individualmente, em casa. As atividades previstas para o mês de Abril, como a festa  para Ogun, foram canceladas e não tem nova data prevista. Isto tem um impacto, além de espiritual, financeiro. 

“Tínhamos toda uma programação já organizada, mas precisamos cancelar. Aqui, temos filhos que moram no exterior com passagens aéreas compradas para participar das atividades agora no mês Abril e precisaram suspender, porque não podemos manter nenhuma programação com esta situação do vírus”, explicou Carlitos de Oxum, Babalorixá do terreiro Ilê Axé Ogum Kemi. 

Além das limitações com os eventos, os atendimentos também estão paralisados e as orientações agora são feitas por telefone. “Apenas em casos muito urgentes, seguindo as recomendações das autoridades médicas, abrimos a nossa casa neste período de pandemia”, explicou. 

No bairro do Pina, zona sul do Recife, o terreiro Ilé asé alaketú osún aboto também alterou as rotas atividades. Os cerca de 50 frequentadores, que participam das sessões semanalmente, estão afastados do espaço. Agora, a Iya Lucilene t"aboto realiza as afirmações por telefone, vídeochamada e comanda uma ação social na comunidade, com distribuição de cestas básicas. “Eu aproveito também as redes sociais para repassar as informações de prevenção ao  coronavírus”, completou Iya Lucilene. 

Pai Lula, da casa Abassa tô ygballet, no bairro da Iputinga, suspendeu diversas atividades até o mês de Julho. Entre elas, havia a festa para Oxum, realizada em Junho, e um culto no mês de maio. “Infelizmente, temos que tomar este tipo de atitude. Mas o que vem em primeiro lugar é a saúde”, explica. 

Ele ainda recorda que, nestes tempos de pandemia, o Candomblé assume um papel muito importante no acolhimento das pessoas que estão angustiadas, ansiosas e com medo. “Tenho atendido pessoas desesperadas porque estão sozinhas no isolamento, porque estão em crise com o seu negócio e elas nos procuram porque enxergam esta referência, este acolhimento na nossa palavra. Estes atendimentos eu tenho feito por telefone mesmo, com as pessoas aqui do Recife e fora do Brasil”. 

Com mais de 75 anos de história, o Centro Espírita Caboclo Tubinambá, em Beberibe, viu as atividades serem paralisadas em virtude da pandemia. As cerimônias e os grupos de estudo foram interrompidos. “Tudo precisou parar e estamos num processo de reinvenção mesmo, descobrindo novos meios de comunicação, pedindo para fortalecer a espiritualidade e levando informação de cuidados mesmo, em especial para as pessoas do grupo de risco”, pontuou Jorge de Xangô, padrinho do Centro. 

Os seguidores das religiões de matriz africana também destacam o posicionamento político da fé neste momento de pandemia. A iyalorisá Valência Silveira, da Casa das Togbosis, na Tamarineira,  e integrante da Rede de Mulheres de Terreiro, informa que também paralisou as atividades de seu terreiro, mas que continua apenas com as atividades sociais. 

Ela ainda está articulando distribuição de cestas básicas e tem ajudado, por meio das redes sociais, a informar as pessoas sobre os recursos emergenciais do Governo Federal para este período de crise, como a Renda Básica Emergencial, aprovada pelo Congresso, no valor de R$600. 

“O terreiro de Candomblé não pode ser ocioso do ponto de vista social. Ele precisa, além da espiritualidade, fortalecer o aspecto político e social. Por isso, nós sentimos o impacto nas nossas atividades, mas temos plena consciência de que a vida das pessoas está em primeiro lugar. A gente compreende a necessidade do isolamento e coloca as nossas atenções para tentar ajudar quem mais precisa”, pontual a iyalorisá. 

JUREMA
 

A pandemia também afetou a rotina da Jurema, religião de matriz indígena. A Casa das Matas do Reis Malunguinho, em Olinda, está fechada e recomendou a todos os frequentadores as orientações da OMS: isolamento social e higiene redobrada.

A festa de seu Zé, que é a festa de todos os mestres da Jurema, uma das manifestações mais importantes do ano na religião, foi suspensa por causa do coronavírus. Ate Junho, quando também se realizariam outras atividades muito importantes, como o Acorda Povo e a louvação aos vaqueiros e a boiadeiros da Jurema, a Casa das Matas está com as atividades paralisadas. 

A cantora Joanah Flor, uma das freqüentadoras da Casa, explica que esse momento de isolamento foi compreendido com muita conscientização, não só pelos filhos, mas também pela população vizinha contemplada pelas ações da Jurema. 

“Esse isolamento não afeta nossa religião. A gente sabe da importância desse momento, inclusive, para que os encantados, que são os nossos mestres, os nossos caboclos, nossos exus, nossas mestras, todo povo da ciência da jurema; a gente sabe que eles estão trabalhando junto com o planeta para que a gente passe por esse processo”, observou Joanah. 

Ela completa ainda destacando que, “na hora certa, quando todo mundo poder voltar a ter contato social, a gente vai poder celebrar todas estas festas adiadas. Enquanto isso, todos os dias a gente está em casa se fortalecendo diante desse processo”. 

Além de mudar o calendário de atividades da Jurema, o sarcedote Alexandre L’omi tem usado as redes sociais não só para continuar os trabalhos espirituais, mas também para alertar sobre os cuidados contra o coronavírus, denunciar as atitudes equivocadas do governo federal e incentivar a solidariedade com as comunidades circunvizinhas. 

Em texto publicado no blog do Quilombo Reis Malunguinho, o juremeiro recomenda não ouvir o presidente da república e alerta que é importante “criarmos a consciência política de que o método neoliberal, sanguinário e racista almejado pelo governo mata aqueles que mais precisam de auxílio, os que se encontram nas camadas mais baixas da pirâmide social. Como para eles o lucro dos empresários vale mais que a vida, não podemos cair nesse discurso de sacrificar trabalhadores em prol da economia, fiquemos todas e todos em casa para o bem da humanidade”, diz o texto assinado por L’omi e publicado nas redes sociais. 

Editado por: Monyse Ravena
Tags: covidculturapernambucorecifereligiaoreligiosidade
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