A pandemia do novo Coronavírus está trazendo mudanças para o setor da construção civil. O governo federal editou medidas que já estão ocorrendo em nível nacional para a grande maioria das categorias do setor privado, como a possibilidade de suspensão de contratos de trabalho e redução de salários. No entanto, pelas características da categoria que faz parte da construção civil, muitas dúvidas e maus entendidos tem acontecido na relação dos empresários do setor e os trabalhadores.
"Nós estamos acompanhando o que está ocorrendo porque algumas empresas já demitiram, outras estão suspendendo o contrato de trabalho e outras estão sugerindo redução de jornada. Então nosso sindicato, que tem acordo de Convenção Coletiva, prevê que para qualquer situação que envolva suspensão, redução, a gente esteja acompanhando, é obrigado que o sindicato seja informado, inclusive para dialogar com os trabalhadores.", explicou Paulo Marcelo,da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil, Pesada, Montagem e do Mobiliário de João Pessoa e regiões (Sintricom).
Paulo Marcelo, diretor do Sintricom / Divulgação
É nesse sentido que o Sindicato iniciou nesta terça (14) uma série de visitas aos canteiros de obras para dialogar com as empresas sobre como está se dando esses acordos. "Acordo pressupõe às partes sentarem e dialogarem, mas o que nós estamos acompanhando é que a maioria das empresas até agora, aquelas que estão fazendo, estão comunicando ao sindicato que tomaram determinada situação. E aí não dá para dizer que foi feito um acordo, porque no acordo precisa se negociar algumas coisas, como é que ficam as férias do trabalhador, da trabalhadora, se ele completa férias no período de afastamento? Como é que vai ser pago, quando é que vai ser pago e assim por diante, mas não está ocorrendo isso e nós estamos acompanhando com bastante preocupação essa situação", disse Paulo Marcelo.
Nesta segunda (13), o Sintricom se reuniu com o sindicato patronal dos construtores, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon) para alinhar que as decisões no sentido de não haver prejuízo para as trabalhadoras e trabalhadores do setor, além da preocupação em garantir que esses profissionais tenham direito à proteção contra o coronavírus. "A Construção civil, a gente tem uma preocupação muito grande, porque é um setor difícil de organizar, algumas empresas têm tomado algumas providências; comprado máscaras, álcool, melhorado os espaços de asseio, de higienização, mas nós temos o conhecimento de que tem outros espaços que estão muito ruins, muito complicado para o trabalhador está ali presente. Além de ser um trabalho que é praticamente confinado, você fica dentro de um espaço pequeno, o dia inteiro cruzando com outros trabalhadores, para lá e para cá, tem essa questão da higienização dos espaços de trabalho. Mas nós estamos acompanhando e espero que a gente, que todos e todas, possam sair dessa sem grandes prejuízos", finalizou o diretor do Sintricom.
