Paraná

CORONAVÍRUS

População indígena tem maior vulnerabilidade na pandemia

Aldeias temem que o contágio pelo novo coronavírus se espalhe pelas comunidades

Curitiba (PR) |
Famílias indígenas já passam por dificuldades - Joka Madruga

Desde a primeira invasão europeia, há 520 anos, os povos indígenas têm sido dizimados - dentre outras violências - por doenças dos colonizadores. Neste ano, com o coronavírus, os povos originários continuam em maior vulnerabilidade. Kretã Kaingang, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e cacique da aldeia Tupã Nhe’é Kretã, explica: “Estamos em comunidades que vivem em coletivo, utilizam o território e a terra em coletivo. Nós estamos muito vulneráveis não só pela Covid, mas pela questão de invasão de terras, sucateamento da Funai, do Ibama, por políticas negativas, que procuram negar a demarcação do nosso território”, diz.

O cacique afirma ainda existir maior risco de contaminação em aldeias próximas a centros urbanos. Na região de Curitiba, três aldeias se encontram nessa situação, a Tupã Nhe’é Kretã, de São José dos Pinhais; a Araçaí, de Piraquara; e a Kakané Porã, do bairro Campo de Santana, na capital paranaense.

O cacique Setembrino Rodrigues, da Kakané Porã, conta sobre as dificuldades. Muitos dos moradores têm trabalhos na cidade. Grande parte também sobrevive da venda de artesanato. Com a pandemia, muitos ficaram desempregados e a venda de artesanato praticamente cessou. “Tem pessoas que já estão começando a passar dificuldade, quem tem mais família, mais crianças. A nossa situação está complicada”, diz.

APOIE ALDEIA INDÍGENA

Mandato Coletivo Ekoa: Rua Lourenço Pinto, 260, Centro.
Tem também arrecadação em dinheiro, pela vaquinha virtual: www.vakinha.com.br/vaquinha/doacao-alimentos-aldeia-kakane-pora

Projeto Origem: Rua Luiz Leduc, 200, sobrado 46, Vista Alegre (falar com Luiza).
Doações em dinheiro no site: abacashi.com/p/ficaemcasaparente

Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul: R. Prof.
Brasílio Ovídio da Costa, 634-
690 - Portão, Curitiba.

Edição: Gabriel Carriconde