ATRASO

Em meio à pandemia, médicos residentes dizem que estão sem receber bolsa-auxílio

Ministério da Saúde reconhece atraso; pagamento deve ser feito nesta sexta-feira (15)

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Atraso no pagamento das bolsas afeta 4 mil profissionais da saúde em todo o país - Sebastien Bozon/AFP

Mais de 4 mil médicos residentes e servidores da saúde de todo o país estão sem receber bolsa auxílio há pelo menos 2 meses. Devido a esse atraso, há possibilidade de paralisação de servidores da saúde e médicos residentes a partir desta quinta-feira (14), data marcada para a Mobilização Nacional em Defesa das Residências em Saúde.

Ainda de acordo com as entidades, o ministério prometeu resolver o problema dando 6 prazos anteriores que não foram cumpridos.

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A Associação Nacional dos Médicos Residentes afirmou, em nota, que apóia a paralisação o dos residentes cujas bolsas esta o em atraso e ressalta que a suspensão das atividades apenas dos que na o esta o recebendo se faz necessária para que eles tenham a oportunidade de garantir seu sustento trabalhando em atividades remuneradas de sua escolha.

A associação também ressalta a importância de garantir que a suspensa o das atividades na o gere interrupção de serviços de urgência e emergência. Para o psicólogo João Costa, integrante do Fórum Nacional de Residentes em Saúde, o atraso no pagamento das bolsas aos residentes faz parte de um grande problema envolvendo a residência dos outros profissionais da saúde, além dos médicos.

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O fórum reivindica o retorno das atividades da Comissão Nacional de Multiprofissionais em Saúde, suspensas desde maio do ano passado por decreto presidencial. Para Costa, a suspensão da comissão acarreta prejuízos na formação do profissional residente e no serviço de saúde, pela falta de fiscalização das atividades de residência e falta de diretrizes.

Ele cita como um dos problemas, a ausência de orientações de afastamento para residentes que são parte do grupo de risco na pandemia da Covid-19. Outro problema citado por ele é a substituição de profissionais por residentes, que ocorre em hospitais conveniados com o SUS.

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O Fórum Nacional já entrou com representação no Ministério Público solicitando o retorno das atividades da Comissão Nacional de Multiprofissionais da Saúde e aguarda posicionamento do Judiciário.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que dos 4.199 cadastros que apresentaram inconsistências nas informações transmitidas pelos próprios residentes ou instituições de ensino, 2.870 bolsistas já corrigiram os dados informados e 1.329 cadastros ainda constam com erros nas informações bancárias.

Atualmente, o Ministério da Saúde financia o total de 22.302 bolsas, sendo 13.496 de Residência Médica e 8.806 de Residência em Área Profissional da Saúde.Também disse que se compromete a pagar as bolsas até o dia 15 de maio. 

 

* Com reportagem de Nelson Lin