Resistência

Degradação ambiental é tema do Fórum Popular da Natureza com início nesta segunda

Programação online contará com oficinas, apresentações artísticas e mesas de diálogo

Brasil de Fato | Belém (PA) |

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Registro aéreo de área derrubada da floresta amazônica em Porto Velho (RO), um dos municípios campeões de desmatamento, segundo o Inpe
Registro aéreo de área derrubada da floresta amazônica em Porto Velho (RO), um dos municípios campeões de desmatamento, segundo o Inpe - Carl de Souza/AFP

Organizações sociais, sindicatos, pesquisadores, artistas e ativistas se uniram para compor e lançar o Fórum Popular da Natureza, que começa na próxima segunda-feira (1) e segue até o dia 10 de junho. A ideia é promover um diálogo acerca das causas e efeitos da degradação ambiental, além de fortalecer o processo de resistência popular. 

Durante 10 dias serão promovidas oficinas, apresentações artísticas e mesas de debate pela internet como forma de garantir o isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Para Davi Amorim, integrante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), o fórum é o resultado de um esforço conjunto de militantes da causa ambiental e teve como inspiração os fóruns sociais mundiais.

"A intenção do fórum é ser uma articulação permanente entre os movimentos populares com foco nessa questão do meio ambiente e das mudanças climáticas. Então, o objetivo do fórum é principalmente a articulação entre os movimentos sociais tanto debatendo as problemáticas ambientais como propondo soluções que os movimentos sociais já vêm desenvolvendo ao longo dos anos", explica Amorim. 

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Segundo Davi, o evento é direcionado a integrantes e militantes de movimentos populares: povos indígenas, negros, moradores da periferia, população LGBT, entre outros.  

"Vamos fazer as atividades respeitando o distanciamento social. Todos os convidados e as pessoas que vão participar estarão em suas casas. Essas atividades serão feitas através de lives e de interação nas redes sociais. A gente vai transmitir tudo por meio do Facebook e do Youtube. Mas tanto as conferências, palestras, rodas de conversa e atividades artísticas vão ser desenvolvidas à distância", diz o integrante do MNRC. 

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Glaucia Moraes, que integra o Fórum Paulista de Combate aos Impactos de Agrotóxicos e Transgênicos e faz mestrado na faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP) reforça que o Fórum Popular da Natureza tem ainda como objetivo enfrentar as questões de destruição da natureza e os seus impactos sociais. Ela ressalta que a construção do evento é fruto de muito diálogo coletivo.

"É importante destacar que se trata de um processo horizontal, democrático e que a cada dia mais pessoas vão se somando e construindo esse espaço incrível de articulação e resistência", ressalta Moraes. 

O Fórum Popular da Natureza lançará uma carta manifesto com ações de continuidade do evento, pensado para ser um processo contínuo, por meio de articulação, reflexão e enfrentamento da sociedade civil com relação às questões de destruição da natureza e das mudanças climáticas.

Edição: Leandro Melito