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FUTEBOL E POLÍTICA

Pesquisa sobre o protagonismo das mulheres no Botafogo da PB revela machismo

Na arquibancada, "qualquer reação que foge do que a sociedade tem como "padrão de feminilidade" é um escândalo"

03.jun.2020 às 18h24
João Pessoa (PB)
Homero Baco

Torcedoras do Belo - Reprodução

No último domingo, torcedores de diversos times se uniram em várias capitais do país para pedir Democracia e questionar as ações fascistas do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). A relação entre futebol e política nunca foi tão pulsante também nas universidades.  É o caso da pesquisa da jornalista Dani Fechine, 25, que vem estudando o protagonismo de mulheres nas torcidas organizadas do Botafogo da Paraíba. “O recorte é de gênero, então tudo que perpassa minha pesquisa está voltado para uma construção patriarcal, machista e sexista da sociedade. Com o surgimento do futebol feminino aqui na Paraíba, não foi diferente. Embora mulheres como Gleide Costa (técnica do time feminino do Botafogo-PB) e Maria Rejane (hoje não atua mais no esporte) tenham sido grandes nomes para o surgimento da modalidade no estado, o futebol feminino, que chamo em minha pesquisa de futebol de mulheres (porque transcende o sexo), foi muito marcado pelo preconceito e pela não aceitação da mulher nesse espaço”, explica.

Dani Fechine lembra que não se tem quase nada escrito sobre a história do futebol feminino na Paraíba.

A dificuldade que as mulheres encontraram para conseguir sua inserção no futebol tem um claro traço do machismo e do patriarcado, identifica Dani. “Sabemos que a opressão foi, inicialmente, marcada pela divisão sexual do trabalho. Às mulheres, cabia o trabalho privado, do lar, enquanto aos homens, a vida pública. Então praticar um esporte como o futebol, que poderia comprometer esse conceito patriarcal de mãe e dona de casa era uma ameaça para a sociedade”. 

Essas primeiras atletas também enfrentaram o sofrimento do amadorismo. “Costumo dizer que antes, no seu início, o futebol feminino era o amador do amador, porque não recebiam absolutamente nada. Muitas iam para o treino a pé, outras correndo, outras iam, inclusive, escondidas dos pais”. 

Se a situação atualmente é melhor, não é para todos. “Alguns times pagam às suas atletas ajudas de custo por jogo, além de alimentação, transporte e moradia. Outros pagam uma ajuda de custo mensal, mas que não é o suficiente para se estabelecerem. Então muitas trabalham, estudam, algumas têm bolsas de estudos em universidades. Outras, infelizmente, nem isso recebem”, relata Dani. 
Se para a participação no jogo, dentro de campo, as batalhas foram imensas, sua presença na arquibancada também foi construída com muita luta. “Hoje elas lutam por igualdade e simplesmente para serem aceitas. Ocupar uma arquibancada de futebol sendo mulher é muito difícil. Qualquer reação que foge do que a sociedade tem como "padrão de feminilidade" é um escândalo. Eu mesma já fui alvo de preconceito, conheço garotas que também foram e é algo infelizmente comum. Mas elas estão cada vez mais nas arquibancadas e aqui na Paraíba, felizmente, ocupando espaços de protagonismo nas torcidas organizadas”.

No século passado, explica a pesquisadora, a motivação da ida das mulheres aos jogos tinha uma motivação diferente. E foi desse tempo que teria surgido o termo que nomeia esses que amam o esporte. “Existe uma curiosidade que, no século XX, as mulheres iam até os estádios de futebol em busca de matrimônio. E com o calor muito forte do Rio de Janeiro, torciam seus lenços de suor. Daí teria surgido a palavra torcedor, a primeira contribuição da mulher para o futebol. Mas mesmo assim era um lugar ainda coberto pelo patriarcado, você vê justamente no motivo que levava essas mulheres a ocuparem esse espaço”.

Na pesquisa, a autora percebeu que mesmo imerso ao machismo há um importante protagonismo das mulheres nas torcidas organizadas do belo. “Na Sombra, estudo a Império Alvinegro. Lá, quatro mulheres fazem parte da diretoria. Uma diretoria geral, composta por 5 homens e 4 mulheres, sem distinção de cargo, apenas o presidente. No Sol, acabei começando a estudar duas: a Torcida Jovem do Botafogo-PB (TJB) e a Fúria Independente. Nas duas, há uma espécie de grupo feminino formado internamente, o Bonde Feminino e a Fúria Feminina, respectivamente. Em cada um deles, há uma mulher liderando”. 

Mesmo nas distinções nas torcidas que ocupam o Almeidão, nos lados Sol e Sobra, os exemplos de machismo se proliferam ainda. “As meninas do Sol, são de que muitos homens, exemplos, da própria torcida, acabam querendo impedir a ida delas em caravanas por acharem que, para elas, pode ser perigoso. Mas elas reafirmam que quem decide isso é elas e não eles. São bem empoderadas. Na Sombra, os relatos são dos torcedores de um modo geral. Mulheres já foram olhadas com discriminação por chamarem palavrão, já ouviram a frase "só podia ser mulher, não entende nada de futebol", já ouviram que "essa é pra casar" porque gosta do esporte… Então assim, isso está em todos os lados, literalmente. O machismo na arquibancada é uma realidade que precisa ser combatida e fazemos isso sempre que entramos no estádio”, finaliza.

 

Editado por: Heloisa De Sousa
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