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Opinião

Artigo | Não é apenas pela morte de um homem negro

"Não é apenas pela morte de um homem negro…. É por todas as vidas assassinadas pela necropolítica"

04.jun.2020 às 10h48
Bagé (RS)
Michele Correa

George Floyd é mais um, entre tantos, assassinados pela mão de um estado que se legitima através da necropolítica - Naza McFarren - Reprodução

Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor. (Malcolm X)

Não é apenas pelo assassinato de George Floyd, 46 anos, na última segunda-feira (25/05), mas sim por todos os assassinatos de pessoas negras que cruzaram os oceanos desde África, sequestrados e sequestradas para a construir com suor, sangue e lágrimas a “América dos americanos”, como também aqueles trazidos e trazidas para construir a hoje, chamada Pátria Amada Brasil.

É por todos que sofreram linchamentos na virada do século passado, poucas décadas depois da abolição da escravidão nos Estados Unidos, um período de grande violência racial, crimes que eram investigados e processados por autoridades locais e estaduais, e a grande maioria dos autores ficaram impunes. De acordo com a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), uma das principais organizações de direitos civis dos Estados Unidos, foram registrados 4.743 linchamentos no país no período entre 1882 e 1968. Desses, 3.446 tiveram como vítimas pessoas negras. Segundo a associação, entre as vítimas brancas, muitas foram linchadas por ajudar negros. A maioria dos linchamentos ocorreu no Sul do país, que até a década de 1960 vivia sob rígidas leis de segregação racial.

É por Malcolm X, líder da luta contra a opressão dos negros nos Estados Unidos assassinado no Harlem, no dia 21 de fevereiro de 1965. Malcolm X tinha tanta certeza de que poderia ser assassinado que passará os últimos dias atrás de advogados: queria tratar de seguro de vida e de um testamento. Mas faltar a um compromisso público estava fora de cogitação. “Vou amenizar um pouco essas tensões dizendo para os negros pararem de brigar entre si. Porque isso tudo é parte da grande manobra do homem branco para nos manter uns contra os outros.”

Na hora do discurso, Malcolm X se aproximou do microfone e fez a saudação tradicional muçulmana para seus ouvintes: As-Salaam-Alaikum – que aqui no Brasil adaptamos para salamaleque, e cujo significado é que a paz esteja com vocês. Mas não foi paz o que ele teve em resposta ao cumprimento. Imediatamente o auditório virou um cenário de bangue-bangue. Aproveitando a distração de uma briga na plateia, que atraía a atenção dos guarda-costas, um homem negro subiu no palco com uma espingarda com o cano serrado e mais duas armas de fogo.

Malcolm X acreditava ser impossível resistir a linchamentos, a tiros e à própria violência do Estado contra os negros sem devolver, em igual medida, a ferocidade e o ódio com que os de pele escura eram tratados nos Estados Unidos. “É um crime ensinar um homem a não se defender quando ele é vítima constante de ataques brutais”, ele diria.

O reverendo Martin Luther King Jr. teria o mesmo destino três anos depois, mais precisamente em 04 de abril de 1968, quando recebeu uma bala que atravessou sua bochecha direita, esmagou sua mandíbula e percorreu a medula espinhal até finalmente se alojar em seu ombro. Luther King ganhou um Nobel da Paz por seu combate à desigualdade racial promovendo a resistência não violenta, inspirado pelo indiano Mahatma Gandhi.

É por Ahmaud Arbery, que foi morto enquanto se exercitava na rua, em plena luz do dia. Arbery tinha 25 anos e era ex-atleta do time de futebol americano da escola. Ele corria todos os dias na rua e era conhecido no bairro — às vezes acenava para os moradores quando passava. Mas em fevereiro de 2020, enquanto se exercitava, ele foi abordado por dois homens brancos — um policial e seu filho — e morto a tiros. Nos últimos dias, surgiram diversas filmagens de Gregory McMichael, de 64 anos, e Travis McMichael, de 34 anos, abordando e atirando em Arbery. Por mais de dois meses os suspeitos não haviam sido presos, mas o Departamento de Investigações do Estado da Geórgia anunciou a prisão dos dois suspeitos somente em 07/05/2020, após o caso receber enorme atenção e provocar revolta no país.

É por Claudia, mãe de quatro filhos e auxiliar de enfermagem teve seu corpo arrastado por uma viatura da PM após ter sido assassinada pelos policiais durante uma operação no Morro do Congonha, em Madureira, zona norte do Rio, em 16 de março de 2014. As imagens foram exibidas em vários noticiários do Brasil e do mundo e causaram grande comoção e revolta. Até hoje os PMs que cometeram o crime não foram sequer julgados e seguem nas ruas. Os dois policiais acusados e indiciados pelo assassinato de Cláudia, desde a época, já se envolveram juntos em mais 8 mortes durante operações policiais, todas registradas como “homicídios decorrentes de intervenção policial”, os chamados autos de resistência".

É por Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. Marielle chegou à Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, na Lapa, para mediar um debate promovido pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com jovens negras, por volta das dezenove horas. Segundo imagens obtidas pela polícia, um Cobalt com placa de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, estava parado próximo ao local. Por volta das vinte e uma horas, Marielle deixou a Casa das Pretas com uma assessora e um motorista, sendo logo seguida por um carro do mesmo modelo que estava parado próximo ao local. Por volta das vinte e uma horas e trinta minutos, na Rua Joaquim Paralhes, no Estácio, um veículo emparelha com o carro de Marielle e faz treze disparos. Nove acertam a lataria e quatro acertam o vidro. A vereadora foi atingida por três tiros na cabeça e um no pescoço e o motorista levou ao menos três tiros nas costas, causando a morte de ambos.

É por Marcos Vínicius, Ágatha, João Pedro e todos os meninos e meninas assassinados pelo Estado Genocida do Governador Witzel…. Um jovem é assassinado pelo Estado Brasileiro a cada 23 minutos.

Não é apenas pela morte de um homem negro…. É por todas as vidas assassinadas pela necropolítica que vitima negros e latinos, pois são estes que apresentam altas taxas de infecção nos EUA, onde coronavírus está infectando e matando negros e latinos de maneira desproporcional nos EUA, segundo dados de vários Estados e cidades americanas. Situação pouco diferente da brasileira onde em duas semanas, a quantidade de pessoas negras que morrem por Covid-19 no Brasil quintuplicou. De 11 a 26 de abril, mortes de pacientes negros confirmadas pelo Governo Federal foram de pouco mais de 180 para mais de 930. Além disso, a quantidade de brasileiros negros hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por coronavírus aumentou para 5,5 vezes.

 #VidasNegrasImportam

#Blacklivesmatter

 

Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido. (Malcolm X)

 

*Graduanda em Filosofia na UFPel, Feminista Negra, Assessora da Pastoral da Juventude (PJ) e Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)


Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51657141

https://www.geledes.org.br/malcom-x-55-anos-do-brutal-assassinato-de-um-dos-maiores-simbolos-da-luta-negra-nos-eua/

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52592871

https://anovademocracia.com.br/noticias/13097-rj-barbaro-assassinato-de-claudia-completa-seis-anos-sem-punicao

Em duas semanas, número de negros mortos por coronavírus é cinco vezes maior no Brasil

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52267566

 

 

Editado por: Marcos Corbari
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