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É preciso abrigar todos aqueles que discordam do fascismo

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No Rio, manifestantes levantaram bandeiras antifascistas e contra o racismo - Foto: AFP
O que está em jogo é a liberdade do povo brasileiro, as garantias democráticas e constitucionais

Há uma semana praticamente estamos vendo eclodir no mundo inteiro, e no Brasil não é diferente, grandes manifestações populares que se somam à luta contra o racismo, a violência policial, que lamentavelmente impera em grande parte do mundo.

Esses episódios surgiram a partir da morte de um negro estadunidense, George Floyd, uma morte que foi assistida pelo mundo e chocou, pelo menos, os democratas, os humanistas.

Aqui no Brasil nós já vivíamos uma escalada de ações de ambos os lados. Bolsonaro continua coordenando o seu grupo fascista, incentivando o seu grupo para o confronto e o enfrentamento com os poderes constituídos.

Por outro lado, mesmo na pandemia, brasileiros e brasileiras, jovens principalmente, entendem que precisamos ampliar a nossa mobilização. A nossa mobilização em defesa da democracia, a nossa mobilização contra o fascismo, o nazifascismo.

Lamentavelmente vivemos, sim, sob a ameaça de um presidente da República de fechar o regime. Diante dessa ameaça, que poderá ou não contar com forças poderosas, de defesa inclusive, temos de entender pelo nosso lado que, para fazer frente a essa ameaça, precisamos construir uma outra frente. Uma frente em defesa da democracia, antifascista.

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Foi assim que vimos também nesse último final de semana a publicação de vários manifestos, que partiram de políticos, artistas, juristas, intelectuais, de todos os segmentos da sociedade, trabalhadores e trabalhadoras.

E eu tenho particularmente um entendimento, que não é só meu, é um entendimento do PCdoB, que nesta hora que precisamos com todas as forças defender a nossa democracia, o nosso Brasil contra o fascismo , é preciso, sim, que as forças se ampliem.

É preciso, sim, abrigar todos aqueles que discordam do fascismo, o que não significa dizer que todos tenham o mesmo pensamento sobre o projeto de nação. Não.

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Nós da esquerda, defendemos um Estado forte, que cuide dos interesses das pessoas. Um Estado que prepare as pessoas para que possam ter condições dignas de vida, diferente de tudo aquilo que defendem os neoliberais.

Mas o que está em jogo, agora, não é qual é o projeto político de país. O que está em jogo é se podemos ou não continuar lutando por este projeto político de país. O que está em jogo agora é a liberdade do povo brasileiro, são as garantias democráticas e constitucionais.

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Portanto, fazer parte dos manifestos é uma atitude louvável. Mas não tem que ser a única. Tem que estar acompanhada de grandes processos de mobilizações. Mobilizações virtuais, algumas presenciais, como nós estamos assistindo no Brasil, com todo o cuidado, porque lamentavelmente estamos ainda em um momento muito difícil da pandemia.

Dizem, os estudiosos, que ainda não alcançamos o pico maior da doença. A cada dia voltamos a ter números recordes de óbitos e de casos. Mas é preciso, portanto, que tenhamos esse senso de responsabilidade, de defendendo as nossas propostas, os nossos programas de um país independente, forte, soberano e que cuide da inclusão social. Mas entendemos a necessidade de todos nós de ampliarmos a frente em defesa da democracia.

Edição: Leandro Melito