Rio Grande do Sul

COVID-19

‘Não adianta atuar quando a UTI já está esgotada’, diz governador Eduardo Leite

Afirmação foi feita após mudança nas bandeiras sobre a situação do coronavírus no Estado

Sul 21 | Porto Alegre |
Prefeitos do interior do estado reagiram mal ao aumento de restrições comerciais para conter o avanço do coronavírus - Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

No primeiro dia em vigor da bandeira vermelha em quatro regiões do Rio Grande do Sul, o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), defendeu o modelo do distanciamento controlado e a necessidade de maiores restrições em determinadas atividades econômicas. Nesta segunda-feira (15), prefeitos das regiões de Uruguaiana, Caxias do Sul e Santo Ângelo disseram que não irão cumprir as medidas relativas à bandeira vermelha, anunciadas no último sábado (13). A mudança nas quatro macrorregiões impacta 116 municípios, que a partir de hoje devem adotar medidas mais restritivas no comércio.

“É importante encararmos isso com rigor e responsabilidade”, disse Leite, durante transmissão via rede social. O governador voltou a justificar a mudança da bandeira laranja (risco médio) para vermelha (alto risco) devido a piora do quadro geral de contaminação pelo novo coronavírus nas quatro regiões. “Analisamos indicadores e, nessas regiões, se identificou o aumento de contágio. Agimos agora para evitar que lá na frente tenhamos esgotamento do sistema de saúde”, explicou. “Atuamos onde e no momento que tem que ser feito. Por isso, nosso modelo serve para captar a inflexão dessas curvas. Não adianta atuar quando a UTI já está esgotada.”

Procurando equilibrar a preservação da vida com a diminuição do impacto econômico causado pela crise sanitária, o governador ponderou não ser possível nem fechar tudo e esperar a descoberta da vacina, tampouco liberar o comércio indiscriminadamente. Para ele, encontrar o equilíbrio entre saúde e atividade econômica com controle é a medida mais adequada. “Precisamos da população junto conosco para que tudo isso funcione”, afirmou. “O Rio Grande do Sul não voltou à normalidade.”

A importância de Porto Alegre

Durante a transmissão em vídeo, Eduardo Leite comentou sobre a situação da capital do Estado, que também enfrenta uma alta “bastante expressiva” na contaminação pelo vírus. Leite destacou a importância da rede de saúde da cidade para todo o Rio Grande do Sul, considerando que muitos pacientes do interior são atendidos nos hospitais da Capital. “Se essa rede colapsar, o estado colapsa”, afirmou, em tom grave.

Alinhado ao discurso do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), Leite enfatizou ser preferível adotar medidas restritivas agora do que correr o risco da doença sair de controle e ser obrigado, depois, a recorrer a ações com impacto mais severo para a economia. “É importante lembrar à população: não há volta à normalidade. É preciso continuar se cuidando”, destacou.

Edição: Sul 21