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Artigo | Homenagear quem?

A destruição como ressignificação pode ser compreendida como uma prática cidadã e historiográfica

16.jun.2020 às 15h55
Sul 21 Porto Alegre
Caroline Silveira Bauer

Estátua de Edward Colston, traficante de escravos britânico, derrubada durante manifestação contra o racismo, em Bristol, na Inglaterra - Reprodução/TV

Como historiadora e professora de história, como educadora e no exercício das funções sociais da minha profissão, sinto-me no dever de responder aos artigos publicados na Folha de S. Paulo, que manifestam repúdio à destruição, que prefiro chamar ressignificação, de estátuas no espaço público.

Poderia respondê-los debatendo a construção de suas teses e a retórica utilizada para sua sustentação, que vai de erros históricos até o emprego do anacronismo como horizonte moral. Meu texto, no entanto, guardará em relação aos publicados na Folha apenas um vínculo, porque discordo totalmente de seus julgamentos em relação às ressignificações das estátuas da memória do colonialismo. E esse vínculo diz respeito a uma ausência: nenhum dos dois levou em consideração que, ao se inaugurar uma estátua, HOMENAGEIA-SE alguém.

Temos, em nossas sociedades, elementos que “materializam” certa memória sobre o passado, a partir de escolhas que definem o que deve ser homenageado e, como relatos desse passado, integrado a nossa identidade e transmitido às novas gerações. Se, em determinada época, determinadas pessoas julgaram oportuno homenagear bandeirantes, “descobridores”, comerciantes de escravizados, devemos nos perguntar se, hoje em dia, essas homenagens permanecem condizentes com nossos valores e se seguimos desejando que essa memória e essa narrativa histórica sejam perpetuadas no espaço público. E isso também vale para nossos ditadores.

O que fazer com a “materialização” da memória do colonialismo (no caso, com suas estátuas)? Essa pergunta se torna difícil de responder somente se desprezamos a dimensão da homenagem que essas estátuas possuem, e o que essa memória e esse relato histórico invisibilizam. Em outras palavras, quais os seus sentidos e seus significados. E, também, se ignoramos que nem a história, nem a memória, são estáticas, narrativas prontas, depositadas em algum lugar no passado, esperando que alguém as recupere. Ambas são construções, elaboradas a partir de determinado presente, e passíveis de se modificarem (ou serem revistas) com a passagem do tempo, a mudança de gerações, a luta de setores historicamente oprimidos, as readequações de valores compartilhados socialmente etc.

Nós, brancos, não precisamos nos esforçar para construir nossa identidade individual ou coletiva, já que ela sempre esteve presente nos livros didáticos, nas narrativas históricas hegemônicas, nas estátuas e nos patrimônios da cidade onde vivemos. Porém, isso não ocorre com a população negra e os povos originários. Ao manter uma homenagem a um bandeirante, “descobridor”, comerciante de escravizados, deslegitimamos, invisibilizamos, negamos e silenciamos, mais uma vez, as experiências, as memórias e as histórias daqueles que, em conjunto, constituem a maior parte da população brasileira.

Precisamos entender o sentido e o significado dessa “destruição”. Não se trata de mera destruição como a praticada por regimes que, deliberadamente, tentaram apagar os vestígios de suas práticas e violações de direitos humanos. A destruição como ressignificação pode ser compreendida como um revisionismo, não com o teor pejorativo atribuído ao termo, mas como uma prática cidadã e historiográfica de revisão das homenagens presentes no espaço público, e da inscrição na memória social daqueles que, historicamente, foram e permanecem marginalizados, inclusive das opiniões sobre estátuas e patrimônios.

(*) Professora do Departamento de História da UFRGS, integrante do Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado (Luppa).

Editado por: Sul 21
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