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Desequilíbrio

O que a nuvem de gafanhotos que pode chegar ao Brasil tem a ver com o agronegócio?

Ambientalista alerta para o desequilíbrio ecológico associado ao sumiço dos controles naturais e mudanças climáticas

24.jun.2020 às 17h42
Porto Alegre
Walmaro Paz

Avião com pesticida tenta combater nuvem de gafanhotos na Argentina - Reprodução/Senasa

Não bastasse a seca e a pandemia, os agricultores da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul agora estão preocupados com a aproximação de uma nuvem de gafanhotos que está atacando plantações no Norte da Argentina. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e o Ministério da Agricultura estão monitorando o avanço dos insetos.

Nesta quarta-feira (24), os gafanhotos estavam na região de Santa Fé, a 250 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul. O alerta às autoridades brasileiras foi feito pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa). 

“É uma distância relativamente próxima. Se essa nuvem persistir e as condições meteorológicas forem favoráveis ao ingresso da praga no estado, pode afetar algumas culturas e pastagens inclusive", conta o fiscal agropecuário Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr. 

Relatos da mídia argentina dão conta de que a nuvem de gafanhotos teria vindo do Paraguai e das províncias de Formosa e Chaco, onde há produção de mandioca, milho e cana-de-açúcar. Seu deslocamento é influenciado pela direção dos ventos e a ocorrência de altas temperaturas.

Saiba mais: Ação humana contra o meio ambiente causou a pandemia do coronavírus, diz pesquisador

Flávio Varone, meteorologista da Seapdr, analisou as condições climáticas do período atual para avaliar os riscos destes insetos chegarem ao Rio Grande do Sul. 

"A aproximação de uma frente fria oriunda do Sul vai intensificar os ventos de Norte e Noroeste, potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do Rio Uruguai. Contudo, a tendência de queda nas temperaturas e previsão de chuva para todo o estado nesta quinta-feira (24) tende a amenizar o risco com a dispersão da praga", detalha.

Leia também: Cientistas debatem a relação entre o capitalismo, a crise ambiental e a pandemia

Monoculturas e desequilíbrio

O diretor da Associação Brasileira de Agroecologia Leonardo Melgarejo explica que o fenômeno é uma expressão do desequilíbrio ecológico que favorece esta grande população de insetos, associada ao sumiço dos chamados "controles naturais", com a extinção ou a redução drástica das populações de pássaros, aranhas, e pequenos roedores, como a mulita e as preás.

O habitat desses animais está dando lugar aos projetos cada vez mais extensivos do agronegócio. “Todos comem gafanhotos e isto tudo está desaparecendo com o avanço da soja e das outras monoculturas extensivas. O uso de venenos que ataca algumas culturas também mata os predadores desses insetos”, argumenta.

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Parte do mesmo processo de degradação ambiental, a mudança climática também propicia a superpopulação de gafanhotos na medida em que gera uma sequência de verões e outonos secos, e invernos cada menos frios. Assim, ficam prejudicados os chamados "períodos de controle", acrescenta o engenheiro agrônomo.

“Neste período em que nós estamos chegando, seria o que eles estariam se reproduzindo e sendo controlados pelo frio. Mas, ao mesmo tempo, como o verão e o outono foram secos, eles estão se transferindo para lugares onde tenham possibilidade de se desenvolver e nós estamos no caminho”, assinala Melgarejo.

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O ambientalista recordou que uma situação como esta já aconteceu nos anos 1930 na Bolívia, na Argentina e no Uruguai. Na Argentina, em 1932,150 milhões de hectares foram invadidos por migrações em massa desses insetos.

“Estes insetos têm uma característica muito interessante. O seu comportamento é individual, mas quando as condições ficam favoráveis para uma grande multiplicação eles alteram o comportamento e os seus hormônios modificam o tamanho e a força das asas para que a população migre para um outro lugar onde se encontre comida para a possibilidade de manutenção daquela grande massa de indivíduos. E eles podem ter até dois ou três ciclos por ano. Migram em massa e nessas migrações podem fazer até voos de 150 quilômetros por dia."

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Perigo para as abelhas e outros polinizadores

Outra preocupação ambiental apontada por Melgarejo é que, se a nuvem de gafanhotos chegar ao Brasil, o combate será feito com uso intenso de inseticidas que poderão acabar com as abelhas e outros animais. “O controle vem sendo feito com veneno, muito veneno. Os venenos que foram utilizados na última crise foram o Fipronil, a Sipermetrina, o Tiametoxam, estes todos são venenos que nós temos associados a mortandade das abelhas. Então a situação é alarmante”, alertou.

“Temos que torcer que os técnicos da Argentina consigam controlar, reter esta nuvem de gafanhotos lá, porque se chegar aqui no Brasil possivelmente nós vamos usar a mesma estratégia, pulverização e venenos que acabam com as abelhas. Os companheiros argentinos estão fazendo um bom trabalho no controle da organização social para enfrentar a pandemia de covid-19 e esperamos que façam também um bom trabalho de controle biológico nesta praga de gafanhotos.”

Editado por: Katia Marko e Rodrigo Chagas
Tags: argentinaecologiameio ambienterio grande do sul
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