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OPINIÃO

Artigo | O que esperar da greve dos entregadores de Apps?

O movimento é um marco importante da luta contra a precarização do trabalho no Brasil

30.jun.2020 às 16h50
Porto Alegre
Leonardo Rodrigues Limeira

"Nem todo dia temos dinheiro pra sair de casa. Tem vez que deixamos de comer para abastecer", diz entregador - Foto: @tretanotrampo

É no cenário marcado por desemprego crescente, crise econômica e sanitária descontrolada e aprofundamento de políticas neoliberais agressivas, que vem se construindo o chamado “Breque dos Apps” que promete paralisar as ações de uma série de empresas que operam por aplicativos na próxima quarta-feira, dia 1° de julho.

A paralisação parte justamente do setor mais fragilizado associado e estas empresas, os entregadores, que não possuem vínculo formal de trabalho com os aplicativos e estão submetidos a longas e perigosas jornadas de trabalho. Os principais alvos da paralisação são as companhias que atuam com serviços de entregas, principalmente do setor de alimentação, vinculados  a restaurantes, bares, lanchonetes e vários outros, no qual se destacam IFood, Rappi, Uber Eats e Loggi, responsáveis por grande fatia desse mercado no Brasil e em vários outros países [1].

Os entregadores de aplicativos, comumente conhecidos por aqui como “motoboys”, são apontados como um dos principais setores vitimados pela flexibilização e precarização do trabalho que desobriga as empresas a oferecem garantias ao trabalhador (folgas, remuneração mínima, plano de saúde, contribuição previdenciária, entre outros) e transfere para os trabalhadores todos os riscos de sua atividade laboral, desde possíveis acidentes de trabalho até morte – visto que a categoria continua operando durante todo o período de pandemia de covid-19.

Mesmo sem vinculo formal, eles tem configurado cada vez mais uma categoria profissional, com estreitos laços entre os trabalhadores que dividem não apenas as penúrias e dificuldades da atividade que exercem, mas que também dos mesmos sentimentos de insegurança, revolta e insatisfação o que torna possível uma ação conjunta e organizada contra as empresas em favor de melhorias para a categoria.

Movimento internacional

Os organizadores da paralisação estimam que a adesão ao Breque será de aproximadamente 98% da categoria, isso apenas no Brasil, pois ela já se tornou um movimento internacional e está programada para ocorrer em ao menos mais sete países: Argentina, Austrália, China, Chile, Equador, México e Inglaterra.

Dentre as várias pautas da greve dos entregadores as principais são o aumento do valor pago pelas empresas por Km percorrido, o aumento do valor mínimo pago pelas entregas e o fim dos desligamentos e bloqueios indevidos – realizados pelas empresas como forma de punir os trabalhadores sem que tenham o direito de contestação. Vários relatos dão conta de entregadores “pagando para trabalhar”, ou seja, recebendo valores tão baixos que nem mesmo cobrem os gastos da atividade que realizam.

Como o trabalho dessa categoria se organiza como um tipo de atividade “just in time” por plataforma (traduzido como ‘na hora certa’), que mantém os entregadores permanentemente à disposição das empresas aguardando a distribuição das entregas, não há limite para a jornada de trabalho e muitos dos entregadores precisam fazer turnos de mais de 12 horas para garantirem uma renda de subsistência.

Por meio de várias páginas nas redes sociais os entregadores divulgam manuais de orientação para a ação tanto dos trabalhadores como dos usuários dos aplicativos para aproximar estes dois setores e aumentar a pressão sobre as empresas. Além disso, as redes sociais também são úteis na divulgação da mobilização da categoria com a publicação de uma série de vídeos com chamados à paralisação e ainda vídeos que dão conta de centenas de entregadores circulando por várias cidades brasileiras como “aquecimento” para o Breque do dia 01/07/2020.

Tudo isso precisa ser levado em consideração para sabermos o que esperar do Breque dos Apps. Pontos de concentração e de agitação já foram marcados por todo o país e os organizadores pretendem impedir direta e indiretamente o funcionamento dos sistemas de entrega, ação cujo impacto econômico e político pode virar o jogo e ampliar o poder de pressão e negociação da categoria de forma determinante.

A internacionalização da paralisação é outro sinal positivo que indica caminhos para uma ação cada vez mais articulada e potente que já não pode ser ignorada pelas empresas. 

Finalmente, o Breque dos Apps já se converteu em uma das atividades mais importantes de luta contra precarização do trabalho no Brasil no último período e parece ser o ponto alto de um processo de ação e organização política que vêm se consolidando desde o início do ano – vale lembrar que os entregadores já organizaram outros atos próprios e participaram ativamente de atos convocados por outros setores. 

Cabe ao sindicatos e centrais sindicais se aproximar ainda mais do movimento e estreitar suas relações ensinando, mas também aprendendo, táticas e estratégias de luta que podem ampliar ainda mais os horizontes de luta e de vitórias dessa categoria.

[1] Dados levantados pelo Instituição Fiscal Independente (IFI)

* Leonardo Rodrigues Limeira é graduado em Ciências Sociais pela UFRGS e atualmente cursa pós-graduação em Relações Internacionais na mesma instituição. Se dedica à pesquisa sobre trabalho precário no Brasil.

 

Editado por: Marcelo Ferreira e Rodrigo Durao Coelho
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