DIPLOMACIA

Depois de novas sanções, Maduro dá 72h para embaixadora da UE deixar a Venezuela

Conflito começou com revelações que vinculam embaixador da Espanha à tentativa de invasão paramilitar no país

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Presidente Nicolás Maduro assegurou que em breve anunciará medidas relacionadas ao embaixador da Espanha - Assessoria presidência

O presidente venezuelano Nicolás Maduro determinou que a embaixadora da União Europeia, residente em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa deve deixar o país em 72 horas.

A decisão foi anunciada depois que funcionários europeus decidiram emitir novas sanções contra 11 personagens políticos venezuelanos. "Quem são eles para se impor? Já basta de colonialismo europeu contra a Venezuela", afirmou o chefe de Estado. 

Entre os sancionados, está o presidente da Assembleia Nacional, Luis Parra e seus dois vices, Franklyn Duarte e José Gregorio Noriega; assim como o controlador geral da República, Elvis Amoroso; e a vice-presidenta da Assembleia Nacional Constituinte, Tania Díaz.

As medidas foram aprovadas na segunda-feira, pelo Conselho Europeu, declarando que os sancionados agiram contra o funcionamento da Assembleia Nacional venezuelana. Com esse novo anúncio já são 36 cidadãos venezuelanos, que ocupam cargos no Executivo, Legislativo e Judiciário, que sofrem sanções do bloco europeu.

:: Veja a lista com os 11 sancionados pela União Europeia ::

Invasão paramilitar

O presidente venezuelano também afirmou que discutem medidas contra o embaixador espanhol, Jesús Silva Fernández, por sua suposta participação nos planos da Operação Gedeón - invasão paramilitar do dia 3 de maio.

"Cada intenção de tentar tutelar a Venezuela vai fracassar, assim como Leopoldo López e Guaidó têm fracassado", assegurou Maduro.

De acordo com uma reportagem do The Wall Street Journal, o presidente do partido Voluntad Popular, Leopoldo López foi quem coordenou todos os planos da última tentativa de golpe de Estado. López reside na embaixada da Espanha em Caracas, como convidado especial, desde 30 de abril, depois que fugiu da prisão domiciliar para participar da tentativa de toma da base aérea militar Generalíssimo Francisco de Miranda. 
Líder do partido Vonluntad Popular, Leopoldo López também comandou operação de golpe contra Maduro no dia 30 de abril  de 2019. / Foto: Hispano Post

Segundo a publicação, López chegou a receber orçamentos de seis empresas militares privadas estadunidenses que poderiam colocar em prática a operação. Ao final, foi escolhida a Silvercorp, do veterano da guerra do Iraque, Jourdan Goudreau.

:: Quem é a oposição ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela? ::

 O vice-presidente de Comunicação, Turismo e Cultura Jorge Rodríguez afirmou que durante meses Leopoldo López foi responsável por contratar os mercenários que teriam como tarefa capturar e assassinar o presidente Nicolás Maduro. Toda a articulação foi realizada por vídeo conferências na embaixada espanhola.


O governo bolivariano assegurou que ainda possui mais evidências que comprovam a relação entre o deputado Juan Guaidó, Leopoldo López e os paramilitares que foram treinados em acampamentos na Colômbia.

Essa não é  a primeira vez que a imprensa estadunidense confirma as denúncias do governo venezuelano e de meios de comunicação latino-americanos sobre planos golpistas contra a Venezuela.

No episódio da suposta entrada de ajuda humanitária pelas fronteiras com a Colômbia e o Brasil, no dia 26 de fevereiro de 2019, o The New York Times tardou semanas para comprovar a versão que já era defendida pelos funcionários bolivarianos e pela cadeia televisiva internacional Telesur

Edição: Leandro Melito