Luta

Entregadores de aplicativos realizam paralisação e manifestação nas ruas de Fortaleza

Reajuste de preços por quilômetro rodado, fim dos bloqueios indevidos e apoio contra acidentes são algumas das pautas

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
O aumento do desemprego e do trabalho informal fez crescer o número de entregadores por aplicativo - Luma Vitório

No Ceará, entregadores de aplicativos aderem à paralisação nacional da categoria marcada para esta quarta-feira (1). As manifestações que acontecem em vários estados do Brasil têm entre as reivindicações reajuste de preços por quilômetro rodado, fim dos bloqueios indevidos, entrega de equipamentos de proteção individual durante a pandemia e apoio contra acidentes.

Em Fortaleza, centenas de trabalhadores participaram das atividades, que encerrou com os trabalhadores concentrados na Praça da Imprensa.

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Edvan Souza, motoboy de aplicativo de entrega, afirma que chega a trabalhar de 11 a 15 horas diárias sem intervalos e que as condições de trabalho ofertadas pelas empresas são quase inexistentes, “a gente sai todos os dias sem saber se vai voltar para casa, nossa área é de risco e essencial. Nós estávamos na linha de frente da pandemia, levando o alimento para o cliente, a gente merece respeito. Nós queremos que os megaempresários olhem para nossa categoria com respeito e seriedade”. 


A manifestação percorreu ruas da cidade / MTD

Em caso de acidente, por exemplo, cabe exclusivamente ao trabalhador arcar com os custos médicos, com o tempo em que se não pode trabalhar e o conserto do instrumento de trabalho. Há também a queixa da falta do reajuste por quilômetro rodado, segundo os entregadores, as empresas pagam uma média de R$ 0,80 por quilômetro há muito tempo e que gasolina, a manutenção das motos e bicicletas sofrem influência da inflação.


“A gente sai todos os dias sem saber se vai voltar para casa", afirmou Edvan Souza / MTD

Durante a pandemia de coronavírus o serviço de entrega foi considerado de caráter essencial, ou seja, não poderia parar durante o período de isolamento social, deixando os entregadores suscetíveis ao contágio da covid-19.

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu nota exigindo que as empresas deveriam prover equipamentos de proteção individual para os trabalhadores, mas há reclamação entre os entregadores de que as empresas não têm dado o suporte necessário.

A precarização do trabalho no Ceará

A taxa média de trabalho informal no Ceará é de 53,8%, sendo a quinta maior taxa do Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Mostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, 932 mil pessoas trabalham por conta própria no Ceará, sem direitos ou garantias trabalhistas e sociais, que é o caso dos entregadores por aplicativo.
 

Fonte: BdF Ceará

Edição: Leandro Melito e Monyse Ravena