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OPINIÃO

Artigo | ‘No puedes comprar mi vida’: apps de entrega e a superexploração do trabalho

Novas formas de luta carregam a demonstração viva de que o capitalismo é responsável também pelo seu próprio declínio

02.jul.2020 às 16h45
Porto Alegre
Maiara Marinho

“Essa modalidade de trabalho não seria possível sem a ação do próprio Estado em defesa do capital” - Charge: Matheus Ribeiro (@o.ribs)

Um dia antes da greve nacional de entregadores/as de aplicativos tais como iFood, Rappi, Uber Eats e 99 Food, a multinacional iFood lançou um anúncio no aplicativo chamado ‘Abrindo a cozinha’. O que era uma tentativa de explicar sobre como funciona a relação do app com os/as entregadores/as, logo se mostrou uma demonstração de justificar as condições precárias sem qualquer intenção de mudança na rotina de trabalho de milhões de entregadores/as. A greve nacional desses/as trabalhadores/as, diante do aprofundamento da precarização da vida e do trabalho, é um suspiro em meio a tanta tragédia. Mas, mais do que isso: é um indício de que alcançamos um estágio da crise do capitalismo em que é chegada a hora de frear o que para o sistema é avanço, mas para nós é atraso.

Em fala para o Brasil de Fato na mobilização de ontem (01) em São Paulo, Galo, liderança do movimento Entregadores Antifascistas, disse que a união da classe trabalhadora faz parte das “coisas que o capitalismo odeia, que eles não podem comprar”. E tanto odeia que, um dia antes da greve nacional, o iFood lançou esse anúncio no seu aplicativo, na tentativa de amenizar as principais denúncias feitas às condições de trabalho. Denúncias estas que apontam a falta de estrutura mínima para a manutenção de um corpo que trabalha, tais como a falta de um local para comer e descansar. Além disso, neste anúncio, reproduzem um discurso do sucesso empreendedor e os benefícios da autonomia trabalhista que, em tempos de crise econômica e falta de planejamento e ação do Estado, é colocado à prova.

No entanto, essa modalidade de trabalho não seria possível sem a ação do próprio Estado em defesa do capital, com a aprovação do pacote de reformas como a lei da terceirização e a contrarreforma trabalhista. Essas políticas favoreceram um contexto de completo abandono aos trabalhadores e trabalhadoras, com o apoio da imprensa hegemônica que, sabendo da necessidade de políticas como essas e outras, coordenou a campanha de impeachment para responder às exigências do capital. E hoje reivindicam-se protetores da democracia. É democrático um país que por consequência do subemprego esgota o/a trabalhador/a por um salário que não supre a alimentação de milhões de vidas? Não à toa, hoje, dia seguinte às manifestações em todo o país, quando abri os portais de O Globo, Folha de São Paulo e Estadão, não havia uma nota sequer sobre a importante e necessária greve dos/as entregadores/as de aplicativos. A democracia que a burguesia defende é aquela que mantém o ‘novo normal’ sob a ordem de uma economia que se sustenta a partir da subalternização da vida.

As pautas levantadas pelo movimento como um todo podem parecer, em um primeiro momento, apenas alterações sem muita transformação na configuração flexibilizada do mundo do trabalho. No entanto, ao denunciar a dimensão da precariedade desse tipo de emprego, subscreve-se uma denúncia a um modo de produção que marca a transição cíclica do capitalismo em nosso tempo histórico: a da valorização do capital através do trabalho informal. Se essa é a maneira que o sistema encontrou de superar sua crise e, tão cedo, ela já apresenta-se fragmentada, temos aí uma oportunidade para disputar a hegemonia.

Por isso, levantar bandeiras pela revogação das políticas de austeridade é um importante passo. A revogação da contrarreforma trabalhista, da lei da terceirização, da Emenda Constitucional do Teto de Gastos Públicos, da reforma previdenciária e a exigência do pagamento da dívida dos bancos é o que precisamos para consolidar um Estado em defesa das vidas historicamente marginalizadas. Bem como valorizar e fortalecer nossos espaços de disputa de consciência, tais como jornais e mídias independentes, em um trabalho coordenado de agitação e propaganda para, com isso, consolidar uma sociabilidade antifascista.

Essa agenda política exige tempo, é claro; mas, sobretudo, exige capacidade de articulação entre todos/as os/as socialistas. A tentativa de construir uma frente democrática com representantes da direita liberal não contempla a democracia que queremos e precisamos. O que nos falta, talvez, é reconhecer a potência que temos entre os nossos e para isso é necessário lembrarmos da significativa trajetória dos movimentos sociais no Brasil, que têm sido distorcida pelos veículos de comunicação tradicionais e absorvida a ponto de permitir o governo genocida de Bolsonaro.

Enquanto as forças produtivas avançam, as relações de trabalho retrocedem. Contudo, novas formas de luta também se expressam e carregam consigo a demonstração viva de que o capitalismo é responsável também pelo seu próprio declínio. Nossas vidas não podem ser compradas, tampouco devem depender de projetos de democracia que oferecem migalhas para que permaneçamos vendendo nossa força de trabalho a um preço que permita a manutenção de um sistema que a cada década suspira desesperado por mais lucros. A luta política é nossa única arma. Não pisemos em ovos para defender a valorização de nossas vidas!

* Maiara Marinho é jornalista e Mestra em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente faz parte da coordenação do Instituto de Estudos Políticos Mário Alves, de Pelotas (RS)

Editado por: Marcelo Ferreira
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