Uma semana depois

Região atingida por ciclone ainda aguarda recursos federais e enfrenta novo temporal

Municípios deveriam enviar até terça-feira (7) relatório dos estragos ao governo Bolsonaro

Brasil de Fato | Balneário Camboriú (SC) |
Treze pessoas morreram e milhares de construções foram destruídas após a passagem do ciclone bomba - Defesa Civil Santa Catarina / Divulgação

Os 170 municípios do Sul do país atingidos pelo ciclone bomba há uma semana ainda não receberam recursos federais para reparação dos danos. Para agravar o quadro, um novo ciclone extratropical provocou tempestades na mesma região entre terça (7) e quarta-feira (8). 

O ciclone bomba, que causou 13 mortes, é resultado de uma queda abrupta na pressão atmosférica central e ventos de até 130 km/h na semana passada. As rajadas destruíram casas, derrubaram árvores e deixaram mais de 1,9 milhão de pessoas sem energia elétrica. Em mais de 90% dos domicílios, o fornecimento foi restabelecido.

A ocorrência de ciclones é relativamente comum para a região nesta época do ano. O fenômeno registrado em 30 de junho foi potencializado por uma circulação intensa de calor e umidade vinda da região Norte, com destaque para Amazônia e Bolívia.

Nesta quarta (8), foram registrados deslizamentos de terras e 300 pessoas tiveram que deixar suas casas devido à tempestade e às rajadas de vento.

Respostas

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobrevoou municípios afetados no litoral de Santa Catarina no último sábado (4). Na ocasião, não concedeu entrevista nem anunciou a liberação de recursos federais

O estado foi o mais prejudicado pelo ciclone bomba, com perdas estimadas em R$ 280 milhões e mais de mil pessoas desalojadas. 

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Secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, o coronel Alexandre Lucas informou à imprensa local que a demora no repasse de verbas se deve a “questões técnicas”.

“Às vezes surgem dúvidas, é pedido de reconstrução ou restabelecimento, por exemplo? Esses detalhes pequenos que às vezes prorrogam para liberar dos recursos”, disse, em entrevista ao portal NSC. “Para agilizar o processo, uma iniciativa direta vai criar um canal para capacitação dos municípios, para que a qualquer hora, possam tirar dúvidas com os técnicos da Defesa Civil nacional”.

Até o momento, a principal medida tomada em âmbito federal foi a permissão de acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aos catarinenses atingidos. Para isso, as prefeituras devem preencher o Formulário de Informação de Desastres (FIDE) e confirmar os danos.

Os municípios tinham até o final de terça-feira (7) para enviar à Defesa Civil nacional um relatório dos prejuízos à infraestrutura pública, exigido pelo governo Bolsonaro para liberação de verba.

Texto atualizado na quarta-feira, 8 de julho de 2020, às 13h08.

Edição: Rodrigo Chagas