#BREQUEDOSAPPS

Entregadores de aplicativos remarcam nova greve para dia 25 de julho

Assim como na paralisação de 1º de julho, trabalhadores demandam melhores condições de trabalho

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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magens da primeira paralisação dos entregadores em 1º de julho foi destaque na mídia brasileira - Foto: Pedro Strapasolas | Brasil de Fato

Entregadores das plataformas de delivery programam uma nova paralisação nacional para o dia 25 de julho. A ação em defesa de melhores condições de trabalho dará continuidade ao movimento conhecido como Breque dos Apps, que aconteceu pela primeira vez em 1º de julho e reuniu milhares de trabalhadores em diversas capitais do país.

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Entre as demandas que seguem como pautas prioritárias da greve, estão uma remuneração mais justa por meio do estabelecimento de uma taxa mínima por corrida maior do que a atual, assim como um pagamento justo e padronizado entre as plataformas por quilometragem percorrida. 

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A suspensão imediata de bloqueios sem justificativa, que segundo os organizadores da greve são realizados frequentemente pelas empresas como Rappi, Ifood, Loggi e UberEats, também é uma das principais demandas. 

Diferente da primeira paralisação, que aconteceu durante a semana, a nova greve  acontecerá em um sábado. Além das pautas citadas, os trabalhadores informais também reivindicam o fim do esquema de pontuação, que diminui a nota de quem recusa entregas, e ações mais efetivas durante a pandemia da covid-19, com reposição contínua de máscaras e álcool em gel. 

Anteriormente, os entregadores haviam escolhido o 12 de julho como nova data para a paralisação, mas, após atos políticos serem marcados para o mesmo dia, decidiram por adiar a greve para 25 de julho. A categoria reforça que o único foco da mobilização é garantir melhores condições de trabalho. 

Informalidade em alta

Em meio à crise socioeconômica aprofundada pelo coronavírus, muitos trabalhadores informais buscaram a entrega por meio dos apps para tentar garantir alguma fonte de renda. O serviço foi considerado uma atividade essencial durante a quarentena. 

Segundo informações enviadas à reportagem pela Rappi, a plataforma tinha cerca de 200 mil entregadores cadastrados na América Latina até março. Entretanto, com o início da pandemia, houve um aumento de 111% nesse número. O iFood, por sua vez, informa ter recebido mais de 175 mil pedidos de cadastro em março deste ano. Em fevereiro, eram 85 mil. 

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Apesar do aumento expressivo dos trabalhadores e consequente maior oferta da força de trabalho, as taxas não foram alteradas, comprometendo diretamente a renda dos entregadores.

Uma estudo recente feito pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) da Unicamp evidenciou que entre entregadores entrevistados, 60,3% relataram queda na remuneração pré-pandemia.

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Outros 27,6% disseram que a renda se manteve e apenas 10,3% disseram que estão ganhando mais dinheiro. A pesquisa ouviu 252 pessoas de 26 cidades entre os dias 13 e 20 de abril por meio de um questionário online

Edição: Rodrigo Durão Coelho