Rio de Janeiro

CORRUPÇÃO

Em delação, ex-secretário estadual de Saúde cita governador Wilson Witzel

Edmar Santos foi preso na última sexta-feira (10) em operação do Ministério Público, mas Procuradoria pede sua soltura

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Edmar Santos
Ex-secretário foi preso na última sexta-feira (10) em operação do Ministério Público do estado e da Polícia Civil - Philippe Lima

O ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, entregou provas à Procuradoria-Geral da República (PGR) que relacionam o governador, Wilson Witzel (PSC), ao esquema de corrupção que desviou R$ 37 milhões na pasta com a aquisição de equipamentos hospitalares, segundo a coluna Radar, da revista "Veja".

Edmar Santos foi preso na última sexta-feira (10) em uma operação do Ministério Público do estado e da Polícia Civil. Na ocasião, o MP apreendeu o montante de 8,5 milhões em reais, dólares, euros e libras esterlinas. Mas na última segunda-feira (13) a PGR enviou ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, um pedido de soltura do ex-secretário. A PGR alega que a investigação "Mercadores do Caos", do MP-RJ, é similar à "Operação Placebo", que ela conduz.

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Segundo a revista, a PGR afirmou no pedido ao STJ que a possível fraude na compra de respiradores para combate à pandemia da covid-19 é exatamente um dos fatos investigados pela Placebo e que a competição para processar é do STJ, e não da justiça de primeira instância. O relator da investigação no STJ é o ministro Benedito Gonçalves, mas o pedido foi dirigido ao presidente da Corte em razão do recesso judiciário até o próximo dia 31.

Em maio, a "Operação Placebo" foi responsável pela prisão do ex-subsecretário estadual de saúde Gabriell Neves e do empresário Mário Peixoto, que mantinha contratos com o governo do estado e é um nome presente nos acordos de prestação de serviço desde os governos de Sérgio Cabral (MDB), atualmente preso em Bangu 8.

As investigações e prisões de nomes ligados ao governo de Witzel motivaram deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a apresentarem um pedido de impeachment do governador do estado. No início de junho, o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), autorizou a abertura da investigação, que segue em curso na Comissão Especial formada por 25 parlamentares.

Na noite desta terça-feira (14), Witzel disse, em sua conta no Twitter, que nem ele nem ninguém pode ser acusado "de qualquer irregularidade sem prova". "Com relação às informações divulgadas pela imprensa sobre um possível acordo de delação do ex-secretário Edmar Santos com a PGR, reafirmo, com serenidade e firmeza, o meu compromisso com a população do RJ de governar com ética e transparência", completou o governador.

*Matéria atualizada às 21h22

Edição: Eduardo Miranda