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Instituto Butantan: transmissão do coronavírus deve ocorrer até 2021 no país

Pelos cálculos do epidemiologista Dimas Covas, Brasil vai passar das 200 mil mortes por covid-19

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25 de março são paulo
Para especialista do Instituto Butantan, ao menos 50% da população deveria permanecer em isolamento social - Nelson Almeida/AFP

A pandemia de coronavírus no Brasil vai seguir crescendo até o ano que vem, prevê diretor do Instituto Butantan. Para Dimas Covas, o Brasil está longe de vencer a pandemia de coronavírus, e o país deve chegar em 2021 com transmissão ativa da doença.

Para fazer a previsão, ele levou em conta os dados do estado de São Paulo, que há quase um mês vem registrando uma tendência de estabilização no número de mortes em função doença.

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O problema para Dimas Covas é que essa estabilização acontece em patamares elevados -  com cerca de 300 mortes por dia. " Estamos tendo aí em torno de 300 óbitos por dia em São Paulo. E pode ser que isso se prolongue até o ano que vem", estima. 

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Para ele, o número de óbitos e também de novos casos só poderiam cair com o fechamento total, o chamado lockdown, que não conseguiu ser implantado na maior parte do país.

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O epidemiologista e professor da faculdade de medicina da USP Eduardo Massad também criticou as medidas que flexibilizam o isolamento social. Para ele, pelo menos 50% da população deveria permanecer em isolamento social, algo que não está acontecendo.

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"Os dirigentes têm usado esse platô como argumento para justificar o relaxamento das medidas de isolamento social. O platô é a assinatura do fracasso. Toda curva epidêmica que se preze tem que atingir um pico e cair. Essa está mostrando sinais que vai cair se os 50% forem mantidos. Como as evidências estão mostrando que isso já caiu para próximo de 40%, é muito provável que essa curva se estabilize em 17 novos mil casos por dia só na cidade de São Paulo", afirma.

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Pelos cálculos do epidemiologista, o Brasil vai passar das 200 mil mortes por coronavírus.