BALANÇO COVID-19

Em "platô", Brasil registra 2.046.328 mil casos e 77.851 mortes por coronavírus

Segundo diretor da OMS, país deveria controlar o vírus, mas está sendo controlado por ele

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Segundo o Conass, foram 34.177 casos e 1.663 óbitos confirmados nas últimas 24h. - TARSO SARRAF/AFP

Depois de notificar 2 milhões de infectados pelo novo coronavírus ontem (16), o Brasil registrou mais 34.177 casos confirmados nas últimas 24 horas, nesta sexta-feira (17). O total de infectados por covid-19 registrados chega agora a 2.046.328, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Foram confirmados no total 77.851 novos óbitos por covid-19. Um aumento de 1.663 notificações de vítimas fatais de quinta para sexta-feira. A taxa de letalidade está 3,8%

São Paulo segue como o estado com maior registro de casos 407.415, de óbitos (19.377) e está com uma taxa de letalidade 1% maior que a média nacional, chegando a 4,8%. Entretanto, o Rio de Janeiro, terceiro estado em maior registro da doença, tem uma uma taxa de letalidade de 8,8%. O RJ já registrou 135.230 infectados e 11.919 óbitos. O Ceará, segundo nos números de infectados do país, chegou a 145.938 confirmações de casos e 7.165 registros de óbitos, com taxa de letalidade de 4,9%.

OMS

O chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, informou durante a coletiva de imprensa, desta sexta-feira, que epidemia do novo coronavírus atingiu um "platô" no Brasil e fez um apelo para que o país aproveite a oportunidade para controlar as infecções.

O platô significa que não há um crescimento de casos acentuado como nos meses de abril e maio, com uma grande variação entre os casos acumulados ao longo da semana. "O aumento de casos no Brasil não é mais exponencial, atingiu um platô", disse ele.​​​​​​

Apesar de ser o segundo país com maior número de infectados, ele explicou que o índice "R", o número de pessoas para quem cada infectado transmite o vírus, agora parece estar entre 0,5 e 1,5 em todos os estados do Brasil, e o número de novos casos chega a 40 mil a 45 mil por dia. 

Entretanto, o representante da OMS advertiu que o momento ainda não é de comemoração, “O platô foi atingido, mas os casos e mortes continuam a acontecer. E não há maneira de garantir que a queda vai ocorrer por si”, declarou.

O diretor chamou atenção para o número de profissionais de saúde infectados no país. “Um em dez casos no Brasil é de um trabalhador da saúde. Nossos trabalhadores de saúde estão pagando o preço mais pesado”, disse, fazendo uma analogia à situação da Espanha, que também apresentou um alto contingente de profissionais dessa área atingidos.

Para Ryan o momento deve ser uma oportunidade para que o país "controle a doença"  – algo que, para ele, não é o que acontece. “Nós vimos isso em outros países. Se há um platô, existe uma oportunidade agora para o Brasil arrastar [o índice da] doença para baixo, tomar controle. Em muitos países, incluindo o Brasil, o vírus tomou controle. Nós é que precisamos ditar as regras em relação ao vírus”, acrescentou.

O que é o novo coronavírus?

Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Rodrigo Durão Coelho