Medida do governo causa demissões e redução de salários de jornalistas na pandemia

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou na quinta, 16 de julho, levantamento feito em 16 bases sindicais do país sobre os impactos da Medida Provisória 936, convertida na Lei nº 14.020/2020.
Durante a pandemia, 3.930 profissionais jornalistas que trabalham em redações com carteira assinada tiveram redução de salário e de jornada. Outros 81 jornalistas tiveram seus contratos de trabalho suspensos e 205 foram demitidos.
O diagnóstico foi elaborado pelo Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral da FENAJ, com informações levantadas pelos Sindicatos de Jornalistas do Município do Rio, do Distrito Federal, de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Ceará, Londrina, Maranhão, Espírito Santo, Pernambuco, Minas Gerais, Sergipe, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraíba, a partir dos acordos individuais e coletivos.
De acordo com a Fenaj, a maioria dos acordos notificados pelos sindicatos foram de redução de 25% dos salários e das jornadas, com 3.808 jornalistas afetados, assinados individualmente pelos trabalhadores, já que a MP determina a obrigatoriedade de acordo coletivo assinado com os sindicatos somente para reduções de 50% e 70% dos salários, que afetaram 122 jornalistas. Os acordos foram assinados em 110 empresas do país e os dados são subnotificados, pois a MP determina como responsabilidade das empresas o envio de informações aos sindicatos de jornalistas.
No Paraná, 349 jornalistas tiveram redução de 25% na base do SindijorPR; outros 25 profissionais redução de 50%; e foram registradas 10 demissões durante a pandemia. Já na base do Sindicato do Norte, em Londrina, foram registrados 146 acordos individuais para redução de 25% dos salários, 10 jornalistas com redução de 50% e 4 demissões.
As bases com maior número de acordos são do Estado de São Paulo e do município do Rio de Janeiro, com 1.175 e 1.204 jornalistas afetados, respectivamente.