Compartilharemos abaixo um panorama que justifica nossa defesa de um FUNDEB PERMANENTE e constitucionalizado, ao mesmo tempo, que justifica a sua necessidade rebate argumentos utilizados pela Bancada do Partido Novo e por deputados Bolsonaristas que votaram contra o FUNDEB.
O Prazo de vigência atual do Fundeb foi de 14 anos, e acaba em dezembro de 2020. O FUNDEB corresponde a 63% dos recursos para o financiamento da educação básica pública brasileira, equivale a 2,3% do PIB, sem ele a Educação entraria em colapso.
A SOCIEDADE PRECISA DISPUTAR O FUNDO PÚBLICO
Em 2019, o total do FUNDEB representou R$ 157,3 bilhões de reais, 91% aportado por ESTADOS, DF e MUNICÍPIOS. Soma-se a isso a COMPLEMENTAÇÃO DA UNIÃO que em 2019 que ocorreu no âmbito de 09 fundos estaduais) e foi de R$ 14,3 BI.
Só lembrando, confirmado/aprovado o NOVO FUNDEB NO SENADO, e garantido o aporte de mais 13% da União totalizando os 23% de complementação, poderemos ter 23 ou 24 estados recebendo a complementação.
Os Fundos estaduais que receberam o aporte da União EM 2019 foram: |
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Alagoas -458.953.219,61 |
Amazonas -1.139.204.629,98 |
Bahia -2.693.243.484,64 |
Ceará -1.548.597.701,14 |
Maranhão -3.351.205.623,59 |
Pará -3.711.994.782,6 |
Paraíba -162.896.292,57 |
Pernambuco -507.312.619,36 |
Piauí -772.284.960,98 |
Fonte: Portaria Interministerial nº 7, de 28 de dezembro de 2018;
O BRASIL NÃO GASTA MUITO EM EDUCAÇÃO, E NEM GASTA COMO UM PAÍS DESENVOLVIDO
Eu conto ou vocês contam ao Partido Novo, que no ensino fundamental, o Brasil paga US$ 3,8 mil por aluno enquanto a OCDE investe US$ 8,6 mil. Já no ensino médio, o gasto nacional é de US$ 4,1 mil, ao passo que nos países da organização o valor chega a US$ 10 mil. Nestes dados estamos considerando o gasto total em educação, e vale destacar que devida a dimensão continental de nosso país nem todos os estados e municípios gastam a mesma coisa.
De pronto podemos citar os 9 estados que recebem complementação da União por que não conseguem atingir o mínimo do Custo aluno Anual que em 2020 é 3653,16 (USD 704,64) anual). Atualizando este valor, considerando as regras do Fundeb Permanente (meta prevista para 2026), esse valor saltaria para R$5.700,00 (de hoje).
Não se pode avaliar isoladamente o gasto em relação ao PIB, sem considerar os tamanhos do PIB e da população em idade escolar, a necessidade de matricular ainda crianças que estão fora da escola e ampliar sua jornada, que no Brasil é baixa, e o gasto por aluno.
Caros deputados, do PSL Personalité, vulgo Partido Novo, comparar o Brasil, que ainda não universalizou a educação, com os países da OCDE por exemplo, é induzir as pessoas ao erro, muitos países desenvolvidos universalizaram a educação e expandiram seus sistemas de ensino há muitas décadas, além de terem menor desigualdade social o que interfere nos resultados educacionais.
HÁ NECESSIDADE DE SUBVINCULAR RECURSOS PARA A REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO.
Na comparação com os países da OCDE e os países que participaram do Education ata Glance EAG 2019 (México, CostaRica, Chile, Colômbia e Brasil) apresentam salários iniciais para seus docentes abaixo da média da OCDE que é de US$34,540).
Portanto PARTIDO NOVO, No Brasil os professores na educação básica pública como um todo, contam com um piso salarial nacional anual equivalente a US$14,775, menor que o salário inicial apresentado pelos cinco países mencionados, cenário latino americano,o Brasil é o que pior paga.
A política salarial só começou a melhorar (mesmo que timidamente com o FUNDEF a partir de 1996, e com a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional) a partir de 2008. No ano de 2020 este piso é de 2.886,24, mas é bom destacar que somente 50% dos municípios pagam o PSPN vigente, e muitas redes tiveram pioras em suas condições de carreira e salário desde 2016.
Dessa forma, partido NOVO, se não forem obrigados por lei, se não tivermos o engessamento dos gastos através dos fundos, os prefeitos e governadores em geral, não aplicam políticas de valorização do magistério.
Fontes:
PARECER DE PLENÁRIO; PEC nº 15 de 2015Autora : Deputada Raquel Muniz; Relatora: Deputada Profª Dorinha Seabra Rezende;OECD (2019), Education at a Glance 2019: OECD Indicators, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/f8d7880d-en