#BrequeDosApps

Entregadores por aplicativos realizam manifestações em pelo menos 7 capitais no país

Trabalhadores exigem condições de trabalho, pagamento mais justo e garantias de proteção frente à pandemia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Movimentação dos trabalhadores ganha força desde as primeiras manifestações, no início de julho. - Pedro Stropasolas

Entregadores de aplicativos realizaram manifestações por direitos em pelo menos sete capitais brasileiras neste sábado (25). Popularizado como  #BrequeDosApps, o movimento reivindica melhores condições de trabalho para a categoria. Os trabalhadores e trabalhadoras cobram o aumento das taxas mínimas que os entregadores ganham a cada corrida, para remuneração mais justa.

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No Recife (PE), alguns manifestantes foram abordados pela polícia. Agentes chegaram a filmar placas das motos e registraram os nomes dos trabalhadores, numa ação que foi encarada como constrangedora. 

Na cidade de São Paulo (SP), os protestos também foram acompanhadas pela polícia. Os entregadores se concentraram nas entradas de diversos shoppings, para protestar contra a saída de entregas, e em frente ao estádio do Pacaembu.

Em Belo Horizonte (MG), Rio Branco (AC), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF) os trabalhadores percorreram ruas das regiões centrais.

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Entre as reivindicações estão o pagamento padronizado por quilometragem percorrida, o fim dos bloqueios, considerados injustos contra os profissionais, auxílio das empresas em casos de contaminação por covid-19, garantia de equipamentos de segurança e condições de higienização contra a propagação do coronavírus e suporte em casos de acidente e avarias nos veículos.

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De acordo com o entregador, Alessandro da Conceição, presidente da Associação dos Motoboys Autônomos e Entregadores do Distrito Federal (AMAE-DF), as empresas não se disponibilizaram a dialogar até o momento e tentam desvalorizar a movimentação dos trabalhadores.

"Nós vamos continuar lutando sim, não vamos desistir agora (...) já foram marcada duas audiências públicas e em nenhuma delas os aplicativos quiseram diálogo com os entregadores. Eles estão correndo do diálogo e, quando aparecem estão dando entrevistas e gastando dinheiro com propaganda para mostrar para a sociedade que são bonzinhos, que são os mocinhos da história. Mas nós sabemos que a realidade é bem outra."

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Os entregadores pedem para que a população não faça pedidos por aplicativos neste dia 25, em apoio ao movimento. Juntar-se às hashtags nas redes sociais e expressar insatisfação nas avaliações dos aplicativos também é uma forma de auxiliar a dar visibilidade à luta dos trabalhadores. A sugestão incluí até mesmo gestos simples, como postar refeições feitas em casa com as palavras de ordem dos protestos.

 

 

 

Edição: Lucas Weber