Lava Jato

Defesa de Lula nega querer julgamento da suspeição de Moro no STF só após novembro

Suposta estratégia foi defendida pelo jornal Folha de S. Paulo em reportagem publicada nesta quarta-feira

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Caso o pedido seja julgado procedente, a expectativa é que a condenação de Lula no caso do triplex seja anulada - José Bernardes/Brasil de Fato

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nega que o petista tenha como estratégia viabilizar o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro no Supremo Tribunal Federal (STF) apenas depois da aposentadoria do ministro Celso de Mello, no dia 1º de novembro, o que deixará o caso com somente quatro integrantes do colegiado da Segunda Turma do STF, conforme noticiou o jornal Folha de S. Paulo publicou, nesta quarta-feira (12).

De acordo com os advogados do petista, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, “é factualmente incorreta a afirmação veiculada”. 

“Nossa iniciativa foi diametralmente diversa daquela afirmada pelo jornal: pedimos que o habeas corpus sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos envolvendo Lula seja julgado o mais breve possível diante das preferências legais e regimentos que incidem sobre a ação”, afirma a defesa, em nota.

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Ainda segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, apenas os votos dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski seriam suficientes para garantir a suspeição de Moro, já que Edson Fachin e Cármen Lúcia já se posicionaram contra. 

O jornal teria sido alertado pelos advogados acerca da informação incorreta. Mesmo assim, “preferiu republicar a reportagem no meio impresso com o erro factual apontado”, afirma a defesa do ex-presidente.

Suspeição de Moro

Caso o pedido seja julgado procedente, a expectativa é que a condenação de Lula no caso do triplex – e, possivelmente, em outros casos da Lava Jato – seja anulada. A suspeição de Moro é defendida pelos advogados de Lula há pelo menos quatro anos com base na falta de imparcialidade do juiz para julgar o caso. 

Dois elementos terão papel crucial para que o argumento ganhe força: as mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil, já enviadas pela defesa ao STF, e o relato de um advogado que integrou a equipe jurídica que atua em defesa de lula. 
 

Edição: Leandro Melito