Pernambuco

GERAÇÃO DE RENDA

No agreste pernambucano, assentadas usam costura como fonte de renda e autonomia

A iniciativa foi possível através de ações de formação técnica e intercâmbio de experiências com outros grupos da região

Brasil de Fato | Recife (PE) |
As agricultoras costureiras também produziram 500 máscaras por semana até o mês de julho - Edilene Araújo/Iterpe

Na cidade de Gravatá, 17 agricultoras do assentamento estadual Santo Antônio estão sendo responsáveis pela produção de 300 peças de roupas por semana. A iniciativa foi idealizada pelas próprias mulheres, que foram formadas pelos empreendedores do pólo têxtil do Agreste Central com o objetivo de atender a demanda latente dos cuidados com a saúde da população nesse período da pandemia.

 “As mulheres estão animadas com mais essa chance de conseguir um dinheirinho nesse período. As costuras já são há muito tempo uma alternativa de renda para essas mulheres”, comemorou a vice-presidente e agricultora do assentamento Santo Antônio, Edilene Maria Santos Araújo, assegurando que além da produção de vestimentas, as agricultoras costureiras também produziram 500 máscaras por semana até o mês de julho.

Edilene relembra que há cerca de oitos anos as máquinas de costura foram doadas, mas que faltava a técnica para iniciar o trabalho, que foi possível após receberem um curso do município para desenvolver a habilidade de corte e costura. A oportunidade que proporcionou a autonomia das agricultoras, historicamente começou para atender a demanda de produção de vestimentas dos empreendimentos do pólo têxtil da região.

Com tempo, surgiu a oportunidade de trocar experiências com outros grupos. As mulheres do assentamento Santo Antônio se juntaram com as mulheres da Cooperativa de Bordadeiras Flor de Jurema, no município de Gravatá, para desenvolverem a arte do bordado. Juntos, os dois grupos de mulheres fortaleceram a própria rede de apoio; contribuíram para alavancar a economia local e ampliaram a autonomia financeira por meio das habilidades em corte, costura e bordado.

Hoje, o assentamento Santo Antônio tem cerca de duzentas famílias que vivem da concessão da terra, produzindo alimentos a partir da agricultura familiar e de gerando renda através de iniciativas como a do grupo de costureiras. A área integra o conjunto de assentamentos estaduais administrados por meio do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (DAS).

Edição: Vanessa Gonzaga