Milhares de manifestantes participaram de um ato contra o regime cívico-militar do primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-o-cha, e por reformas na monarquia, na capital Bangkok, no último domingo (16). Liderado por movimentos estudantis, o protesto foi o mais recente numa série de mobilizações contra os poderes do Estado.
Estima-se que 10 mil pessoas participaram da marcha no domingo, a tornando uma das maiores mobilizações de rua no país nos últimos 15 anos, segundo os organizadores.
Os manifestantes se reuniram no Monumento da Democracia, que comemora a Revolução Constitucional que acabou com a monarquia absoluta Siamesa em 1932. Aos gritos de “viva a democracia”, eles pediam o afastamento do governo Prayut.
A passeata do último fim de semana é apontada como um reflexo do crescente apoio popular aos recentes protestos organizados, em grande parte, por estudantes em suas universidades.
Milhares de universitários vêm realizando protestos diários revindicando reformas na monarquia. Na semana passada, houve um confronto entre alunos e a polícia no campus da Universidade Thammasat, em Bangkok.
O rei da Tailândia, Rama X, embora limitado pela constituição de participar da política, é o chefe de Estado mais rico do mundo e goza de proteções extensivas às críticas através das severas leis de lèse majesté, que impedem qualquer tipo de expressão contra o monarca.
Detenções de ativistas e estudantes por meio dessas leis levaram os mesmos a pedirem por reformas abrangentes. Protestos pró-democracia ocorrem no país desde fevereiro deste ano, quando o partido de oposição Futuro à Frente, liderado por Thanathorn Juangroongruangkit, foi dissolvido pela Corte Constitucional por uma questão técnica. Agora que os protestos estudantis ganham apoio da sociedade, o movimento pró-democracia ganhou vida nova.
Grupos conservadores pró-monarquia organizaram um contraprotesto que reuniu apenas algumas dezenas de pessoas também no final de semana. Esses grupos estão ameaçando processar os organizadores dos protestos contra o governo, conhecido como o Movimento Povo Livre.
