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Cândido Albuquerque completa um ano como reitor da UFC, mesmo sendo o menos votado

Movimento sindical e estudantil classificam Cândido como um interventor do governo federal

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
A vice-presidente Adufc-Sindicato, Irenísia Oliveira disse à nossa equipe que a escolha feita por Bolsonaro fere a democracia universitária. - Foto: Daniel Macêdo e Camilo Panzera

Hoje (19) completa um ano que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nomeou o advogado e professor Cândido Albuquerque como o novo reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na ocasião, Cândido Albuquerque obteve 610 votos, ficando em terceiro lugar na consulta pública para reitor da UFC. Custódio Luís Silva de Almeida, teve 7.772 votos na consulta, ficando em primeiro lugar. Mesmo com a diferença de votos, Bolsonaro decidiu por nomear Cândido para novo reitor da UFC, contrariando assim a consulta pública feita com professores, estudantes e servidores.

Em entrevista ao Brasil de Fato Ceará logo quando a nomeação foi confirmada, a vice-presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc-Sindicato), Irenísia Oliveira disse à nossa equipe que a escolha feita por Bolsonaro fere a democracia universitária, já que Albuquerque foi o menos votado nos três segmentos que elegem o reitor: estudantes, professores e técnicos administrativos. “Nosso posicionamento é totalmente contra a essa escolha. O candidato escolhido pelo presidente foi o menos votado, ele teve um percentual muito pequeno. A sua escolha não tem legitimidade. Nós defendemos a democracia universitária e os três segmentos escolheram Custódio Almeida, e com ampla maioria dos votos. Não tem outra alternativa a não ser o reconhecimento dessa escolha”.

Em suas redes sociais, a ADUFC divulgou nota relembrando a data da escolha do novo reitor e fez uma pequena retrospectiva desse primeiro ano. “Porém, este ano que passou não foi somente de ataques à democracia e à autonomia universitária. Apesar do interventor e de suas tentativas de nos calar, estivemos juntos na luta, professores, estudantes, técnico-administrativos/as e sociedade cearense, defendendo a universidade de uma gestão que coloca em risco um projeto público bem-sucedido de educação democrática e de produção científica”. E finaliza dizendo “A nossa luta diária pela democracia e em defesa da UFC, também. Continuamos lutando. E somos muitos”.

 

Edição: Monyse Ravena