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“A gente já passou por dificuldade, mas não como agora”, diz moradora sobre estiagem

Sanepar passou a fazer rodízio mais rígido: com 36 horas com água e 36 sem

Curitiba (PR) |
Moradora do Sabará, em Curitiba (PR), relata dificuldades em relação a estiagem no bairro - Giorgia Prates

O cafezinho da manhã, a preparação do almoço ou jantar, higiene pessoal, limpeza da casa. Todas atividades corriqueiras que demandam o uso de água, item que está entrando em extinção em Curitiba e Região Metropolitana. 

Na sexta (14), entrou em vigor novas regras de rodízio da Sanepar. Foi reduzido o intervalo entre suspensão e retomada do abastecimento e, com isso, a população passa a ficar 36 horas sem água e 36 com. Estima-se que, diariamente, cerca de 1,2 milhão de moradores de Curitiba e Região Metropolitana fiquem sem fornecimento. 

Olga Ferreira é moradora da Comunidade do Sabará, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e tem vivido com escassez de água o ano inteiro. “Desde que começou essa seca. Às vezes ficamos até dois dias sem água”, diz. Moradora do Sabará desde o início da ocupação, na década de 1980, Olga conta que é a primeira vez que vivencia algo assim. “A gente já passou por dificuldade, mas não como agora. Está sendo a parte mais difícil”, afirma.  

Ali, os moradores têm contornado a falta de água como podem. “A gente está aproveitando a água da chuva. Chove e a gente coloca os galões lá fora e usa pra dar descarga no banheiro, limpar a casa. Quem tem caixa [d’água], dá pra quebrar um galho pra fazer comida. Mas e quem não tem caixa d'água?”, questiona. A comunidade usa também a água de uma fonte natural que tem na região. 

Segundo informações da Sanepar, o nível total do Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba está em 29,96%. As chuvas dos últimos dias foram, até agora, insuficientes para alterar o nível das barragens. 

Edição: Gabriel Carriconde