SAÚDE

Argentina descobre que governo Macri deixou de distribuir 4 milhões de vacinas

Vacinas, que agora estão vencidas, eram contra gripe e tríplice viral; doses estavam estocadas em frigorífico

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Ministro da Saúde afirmou que o Sindicato Geral da Nação argentino está avaliando denunciar a gestão de Macri com uma ação judicial - Foto: Alejandro Pagni/AFP

O Ministério da Saúde da Argentina encontrou nesta quarta-feira (19) cerca de quatro milhões de vacinas estocadas em um frigorífico na cidade de Buenos Aires, capital do país. De acordo com o órgão, alguma das doses datam de 2015, gestão do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019).

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Segundo o ministro da Saúde, Ginés González García, foram encontradas doses de vacinas contra a gripe e da tríplice viral, que protege contra coqueluche, difteria e tétano. De acordo com o jornal Infobae, esta última está na lista de vacinas obrigatórias no país para gestantes e crianças de até 11 anos.

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A descoberta aconteceu após chegar ao ministério a conta de aluguel do local em que estavam estocadas as doses. "Foram identificadas em um armazém da Cidade Autônoma de Buenos Aires cerca de 4 milhões de doses de vacinas vencidas, algumas das quais datam de 2015", disse o Ministério.

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O ministro disse que muitas dessas vacinas que foram encontradas estão vencidas e não foram distribuídas. García disse "não haver explicação" para o abandono dos medicamentos.

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“São vacinas vencidas que não foram distribuídas às províncias. Nunca estiveram disponíveis aos argentinos", disse. 

O Ministério da Saúde afirma que o valor das doses é estimado em 1,4 bilhão de pesos argentino (cerca de R$ 105 milhões). O aluguel do local onde estavam armazenadas e do processo de destruição das vacinas vencidas chega a 19 milhões de pesos (R$ 1,34 milhão).

O ministro afirmou que, no ano de 2018 a porcentagem de vacinação foi "muito baixa". "Basicamente, foi um governo que não se interessou pelo povo, para gastar o dinheiro do povo e depois não disponibilizar as vacinas ao povo”, declarou García.

O ministro informou que o Sindicato Geral da Nação (Sigen) da Argentina está avaliando denunciar a gestão de Macri com uma ação judicial. 

Até o momento de fechamento desta reportagem, o ex-mandatário Mauricio Macri, ou sua equipe, não se posicionaram sobre o episódio.