Números da pandemia

Brasil tem mais de 114 mil mortes e OMS alerta que país precisa diminuir transmissão

Números de óbitos e casos se estabilizaram em patamares muito altos; total de infectados supera 3,5 milhões

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Número de óbitos por semana ainda está acima de 6.500 no Brasil. - Reprodução

Os registros divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde nesta sexta-feira (21) mostram que a covid-19 já causou a morte de 113.358 pessoas no Brasil. Desde quinta-feira (20), houve a confirmação de 1.054 casos fatais. Nas últimas duas semanas, o país conseguiu diminuir os registros de óbitos, que estavam acima de 7 mil por período, desde a metade de junho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) no entanto, a queda não indica que as coisas estão melhorando.

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De acordo com o diretor de emergências da instituição, Michael Ryan, o grande questionamento do momento é como manter o declínio. "Precisamos de medidas efetivas para diminuir a transmissão no Brasil.". Uma análise mais atenta aos números das últimas duas semanas parece reforçar a preocupação da OMS. Os registros semanais de mortes seguem acima de 6.500. Sem isolamento social e cuidados rígidos, a tendência de queda ainda tímida, pode ser facilmente revertida.

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O Brasil registrou 3.532.330 infectados desde que o coronavírus foi identificado pela primeira vem em território nacional, na última semana de fevereiro. Somente entre quinta (20) e sexta-feira (21), 30.355 pessoas receberam a confirmação de que estão contaminados. É um número bem inferior aos recordes mundias que o país chegou a alcançar, com mais de 60 mil novos casos em 24 horas. Mas ainda suficiente para manter o país entre as nações com os registros mais expressivos do mundo.

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Atualmente o Brasil tem 16 unidades da federação em que os registros de casos são superiores a 100 mil. Os aumentos mais expressivos das últimas semanas foram registrados em estados das regiões Sul e Centro-oeste. As regiões Norte e Nordeste continuam mostrando tendência de queda, mas mesmo entre eles há exceções preocupantes. A Bahia, por exemplo, registrou recorde de mortes na semana passada (438 registros) e é hoje o segundo com maior número de casos absolutos do país (220.990 contaminados).

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O estado que mais registra infectados e óbitos é São Paulo, onde mais de 720 mil pessoas já pegaram a covid-19 e houve 27.591 mortes. Desde junho São Paulo tem mais de 1.700 óbitos a cada sete dias. Na semana passada foi notificado número recorde de infectados: 75.794. Ainda assim, atualmente, nenhum município paulista está em alerta máximo para a quarentena, com funcionamento apenas de serviços essenciais. Mais de 88% das cidades, por exemplo, estão com bares, restaurantes e salões de beleza autorizados a abrir. 

O que é o novo coronavírus?

Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

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Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho