Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Autoritarismo

Artigo | A destruição da sacrossanta

Bolsonaro empenha-se numa cruzada maluca para destruir as frágeis estruturas da pátria brasileira

31.ago.2020 às 16h05
São Paulo (SP)
Manuel Domingos Neto
Jair Bolsonaro

Bolsonaro deixa a Catedral de Brasília após agredir repórter em entrevista: "A vontade é encher tua boca com porrada" - Sergio Lima / AFP

Por Manuel Domingos Neto*

Nação é comunidade complexa, formada por segmentos sociais numerosos, diferenciados e sempre em disputa uns com os outros.   

As Ciências Sociais já demonstraram que tal entidade é mais que simples manifestação do instinto gregário observado em agrupamentos “tribais”. Demonstraram que não é fruto “natural” do desenvolvimento socioeconômico e a submissão dos vizinhos pela força, como acreditava Hitler.

Também não é crença comum num passado mítico deliberadamente sugerido pelo romantismo. Ou ainda lastreada em “tradições” fabricadas e impostas de cima para baixo. 

:: Meu governo, meu orçamento: vantagens militares desde a reforma da Previdência ::

Nação não se fundamenta em etnias, língua ou crenças religiosas. Tampouco resulta da vontade ou da determinação do Estado, em que pese o esforço ingente do poder político para moldar a sociedade e apresentar-se como sua legítima expressão.

Um alemão, Otto Bauer, cunhou a expressão “comunhão de destino” para caracterizar a nação, comunidade que se reconhece e é reconhecida quando antevê futuro promissor para seus integrantes. 

Processos formadores dessas comunidades compreendem a ampla disseminação e apropriação de valores morais, predileções estéticas e, sobretudo, laços solidários, vontades ou sonhos coletivos de vida melhor. 

:: A garantia militar de lei e ordem é incompatível com a República ::

Benedict Anderson, antropólogo traduzido em mais de quarenta idiomas, demonstrou a importância da linguagem impressa na formação das nações. Jornais, livros e músicas fazem com que pessoas que não se conhecem nem pensam do mesmo jeito se emocionem com as mesmas coisas.

A redução de desigualdades sociais, das disparidades regionais e o combate às discriminações étnicas estão no cerne da construção da nação. Alguns distinguem “questão nacional” de “questão social”. Ora, mesmo distintas, são irmãs gêmeas! Uma não pode ser “solucionada” sem a outra.
   
O apelido afetivo da nação é “pátria”, termo latino que remete à “terra dos pais”. O patriotismo é o amor ao lugar dos ancestrais. Esse é o mais sublime e repulsivo sentimento de uma coletividade. Por amor à pátria, seus filhos enlouquecem, matando e morrendo em grande escala, como demonstrado nas guerras mundiais e coloniais. Associada às ideias de vida e morte, a pátria firma-se como entidade sacrossanta.
 
Bolsonaro, com seus banqueiros, generais, pastores e milicianos, empenha-se numa cruzada maluca para destruir as frágeis estruturas da pátria brasileira. 

Não me refiro apenas à sua obediência vergonhosa à potência estrangeira dominante, mas àquelas instituições e práticas que exerceram papéis indispensáveis na construção da comunidade nacional imaginada.

:: PSOL pede explicação sobre militar brasileiro com salário R$ 50 mil a serviço dos EUA ::

A Fundação Nacional do Índio (Funai), por exemplo, que cuida dos povos originários. A relevância desses povos para a ideia de comunhão nacional foi reconhecida desde o século XIX. Pedro II, buscando encarná-la, decorou seu manto europeu com penas de aves nativas.

Escritores e artistas preocupados com a formação da alma nacional exaltaram motivos indígenas, inclusive inventando “bons selvagens”. A mortandade em curso entre os originários, anula a percepção de “humanidade” e enterra o impulso primário de “defesa da terra dos pais”. 

O Censo Demográfico é outro instrumento indispensável à construção da comunidade imaginada. Sem ter ideia de quantos somos, onde estamos, como vivemos e o que é possível fazer por todos, é impossível pensar em comunidade.

:: Com desmatamento em alta, Bolsonaro prorroga controle de militares sobre a Amazônia ::

O Censo, em essência, é o que permite tudo isso. Contabilizar o mais perfeitamente possível os problemas sociais desagregadores da comunidade nacional é o primeiro passo enfrentá-los. Adiar mais uma vez o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é jogada de efeito para fragilizar a pátria. 

Quanto ao travamento do avanço da educação superior e da ciência, trata-se de marretada fatal na testa da sacrossanta. A moderna comunidade nacional é fundada na ideia de futuro promissor, cujo lastro está na produção incessante de conhecimentos.

Negar a ciência é negar perspectiva à pátria. Julgar que determinadas áreas do conhecimento científico são mais importantes que outras, é idiotice. Como foi mil vezes teorizado desde o tempo antigo, idiotas não captam processos constitutivos de sociedades, sejam elementares ou complexas. Ignoram os processos de produção do saber.

Permitir a queima da floresta, o desequilíbrio ecológico, a morte dos rios é demonstração de amor à pátria? Alegar que esse foi o caminho percorrido pelos países mais ricos apascenta as almas inquietas? 

:: OAB e Abraji condenam agressão de Bolsonaro a repórter: “Próprio de ditaduras” ::

Um general, volta e meia, acusa um ex-chanceler de desservir a pátria denunciando no exterior o uso da Justiça para perseguições políticas. Ora, pátrias condicionam mutuamente umas às outras! Nações não existem solitariamente. Sem princípios norteadores da convivência mundial, sem contenções morais, a comunidade de nações seria um inferno dantesco!

Que bobalhão perigoso, esse general! É daqueles que não sabem por quem os sinos dobram. Seu patriotismo é castrense: morre e mata pela corporação, não pelos que a mantém com o seu suor. Ama as benesses corporativas, não a multifacetária comunidade de viventes reconhecida como brasileira. 

Observando conversas em supermercados e mídias sociais, pensei na possibilidade de Bolsonaro unir brasileiros em torno das mesmas preocupações… 

E se o presidente agregasse esquerda, direita e centro, gente de todos os credos e origens étnicas, gente das mais variadas condições sociais, seus apoiadores e contestadores, todos em torno de uma novela policial, tipo… “por que Queiroz depositou dinheiro na conta de Michelle?”.

Não, Bolsonaro, não é como a banda de Chico Buarque, que faz toda a cidade cantar alegremente coisas de amor.

*Manuel Domingos Neto é historiador, professor e ex-deputado federal (1989-1991) pelo PCdoB

Editado por: Leandro Melito
Tags: autoritarismobolsonaro
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Delegações

Quem é Li Qiang, que virá à cúpula dos Brics no lugar do presidente chinês Xi Jinping

Pauta popular

Contra o trabalhador: 70% dos deputados são contra o fim da escala 6×1, aponta Quaest

Avanço resistente

Pronara é passo para frear uso de agrotóxicos como ‘arma de guerra’

Escalada

Lula defende aumento do IOF e critica ‘rebelião’ contra medidas: ‘Só pode ser a desgraçada da doença da acumulação de riqueza’

JULGAMENTO

Moraes veta depoimentos de filhos de Bolsonaro em julgamento da trama golpista

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.