“Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações”, Vai passar, de Chico Buarque
Na semana do feriado da independência brasileira, o que falta são motivos para comemorar. Dependência e subordinação caracterizam o país chefiado pelo ex-capitão, que só apita mortes e fome.
A submissão do Brasil não está apenas no plano simbólico, na bandeira dos EUA que tremulou nas manifestações antidemocráticas e foi fincada no Palácio do Planalto. A submissão está na redução das bolsas estudantis, no corte brutal em investimentos em ciência e pesquisa, nos ataques às universidades públicas que desenvolvem tecnologia nacional, na redução da industrialização e no leilão aberto dos recursos do país.
Dentre os projetos anunciados para a venda, estão empresas que dão lucro ao Estado, como os Correios e a Eletrobras. Na lista da entrega nacional, também estão os Parques Nacionais, caso do Iguaçu (veja matéria nesta edição), de Jericoacoara e dos Lençóis Maranhenses.
Para piorar, nessa mesma semana o Ministério do Meio Ambiente anuncia o fim das fiscalizações de queimadas e desmatamentos na Amazônia e Pantanal. O que na prática Bolsonaro defende é a retirada da cor verde da bandeira brasileira, que certamente será empunhada pelos falsos patriotas no planalto neste feriado. Infelizmente, o verdadeiro tom deste 7 de setembro é de lama, cinza, sangue e fumaça.
*com edição de Naiara Bittencourt e Guilherme Uchimura