Em sua conta no Twitter, o advogado Cristiano Zanin Martins comentou a operação da Polícia Federal desta quarta-feira (9), que levou os agentes até seu escritório com um mandato de busca e apreensão. Para o defensor, o “timing” da ação gera dúvida.
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“Nesta semana, após quase 3 anos de batalha judicial, deveríamos começar a fazer o exame do material proveniente do acordo de leniência da Odebrecht, que foi guardado até agora com muito sigilo pela Lava Jato”, afirma Zanin. “Dá para imaginar por que a Lava Jato invadiu nosso escritório e pegou nosso material?”
Em outro tuíte, o advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembra que no último dia 31 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que André Mendonça, ministro da Justiça, explicasse o teor da cooperação internacional da Lava Jato com os EUA. “Onde alguns juízes brasileiros fizeram ‘cursos’. O prazo venceu ontem e a decisão não foi cumprida.”
O mandato utilizado pela PF para bater na porta do escritório de Zanin é assinado pelo juiz responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas. A operação tem sido alvo de críticas de Lula e seu advogado.
“Era óbvio que a Lava Jato iria promover alguma retaliação contra mim, afinal, nos últimos anos atuei incessantemente para desmascarar seus abusos. A invasão da minha casa e do meu escritório será por mim denunciada em todos os foros para que os responsáveis sejam punidos”, ameaça Zanin.
Repercussão
Entre os petistas, a ação repercutiu nas redes sociais. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que preside o partido, criticou a operação da Polícia Federal. “Gravíssima decisão da Lava Jato de invadir a casa e o escritório do advogado que denunciou crimes e abusos de poder cometidos pela operação. Usam instrumentos da justiça para fazer retaliação política. É com violência desse tipo q se destrói o estado de direito.”
O deputado federal Enio Verri (PT-PR), líder do PT na Câmara,também comentou. “Considero a ação de busca e apreensão na casa e no escritório de Zanin um ato político desesperado de retaliação e intimidação ao seu trabalho realizado nos últimos anos, o qual tem contribuído para expor as injustiças, bem como os ataques ao Estado Democrático de Direito.”
José Guimarães (PT-CE), também deputado federal, foi irônico. “A invasão de escritórios de advocacia, incluindo o de Zanin, advogado de Lula, mostra o desespero do lavajatismo em crise. Bretas quer mostrar serviço tentando equiparar Zanin a Wassef, um dos novos desafetos dos Bolsonaros. Coincidência?”, perguntou o petista.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
