Vitória popular

Reintegração de posse do acampamento Marielle Vive!, em SP, é suspensa até 2021

Para desembargador, despejo não deve ocorrer devido à pandemia de covid-19

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Muro da escola do Acampamento Marielle Vive homenageia o assentado Luís Ferreira e Marielle Franco, ambos foram assassinados na luta por justiça social - Marina Duarte de Souza/Brasil de Fato

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu na última quinta-feira (17) a reintegração de posse do acampamento Marielle Vive!, em Valinhos (SP), até 31 de janeiro de 2021. O relator da matéria, desembargador José Tarciso Beraldo, considerou que o despejo das famílias não deve ocorrer neste momento devido à excepcionalidade dos riscos da pandemia de covid-19.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), responsável pela ocupação do terreno, comemorou a decisão como “mais um passo contra a tentativa de impedir a realização do nosso sonho de trabalho, moradia e reforma agrária”.

Após a decisão pela reintegração de posse em primeira instância, os camponeses já conseguiram adiar a decisão três vezes por meio de recursos e efeitos suspensivos feitos pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

“Nesse período vamos nos organizar ainda mais, com funcionamento dos setores e núcleos, deixar ainda mais lindo nosso acampamento com a Escola Popular Luis Ferreira e fortalecer a produção de muito alimento saudável. Tudo isso tomando os devidos cuidados com a pandemia”, informou nota divulgada pelo movimento.

O nome do acampamento faz referência a Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018 no Rio de Janeiro. O nome da Escola Popular homenageia Luis Ferreira, ex-morador do acampamento assassinado durante protesto para garantir fornecimento de água para os camponeses de Valinhos no ano passado.

Edição: Rodrigo Durão Coelho