VIOLÊNCIA

Um ano depois da morte da menina Ágatha, mais 28 crianças foram baleadas no Grande RJ

Relatório da plataforma Fogo Cruzado aponta que oito crianças morreram vítimas de tiroteios na região metropolitana

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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PM acusado de matar Ágatha realiza trabalhos burocráticos na Diretoria de Veteranos e Pensionistas (DVP) da PM - Foto: reprodução

Há um ano, Ágatha Félix, oito anos, voltava para casa com a mãe no banco de trás de uma kombi, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, quando foi alvejada por um tiro de fuzil.

Mesmo com a comoção gerada pela morte da menina, um novo relatório da plataforma Fogo Cruzado divulgado nesta segunda-feira (21) mostrou que um ano após o assassinato houve o crescimento na estatística de crianças vítimas da violência armada no Grande Rio. De acordo com o levantamento, depois da menina, outras 28 crianças foram baleadas e oito não resistiram e morreram.

Durante esse período, a maioria das vítimas foi atingida por balas perdidas. Ao todo, 21 crianças - nove foram baleadas em situações em que havia a presença de agentes de segurança -, sendo que duas delas morreram. 

O estudo realizado pelo Fogo Cruzado aponta ainda que o Rio de Janeiro foi o município com o maior número de crianças baleadas durante o período analisado. Ao todo, foram 14, sendo quatro delas mortas. Em seguida, ficaram os municípios de São Gonçalo, com quatro; Belford Roxo, com três; São João de Meriti, com dois; Duque de Caxias, com dois e Magé, Maricá, Guapimirim e Nova Iguaçu com uma criança baleada em cada cidade.

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Caso Ágatha

O policial militar Rodrigo José de Matos Soares é acusado de efetuar o disparo que entrou pelas costas da menina. Em dezembro do ano passado, o agente foi denunciado por homicídio qualificado e atualmente, enquanto aguarda o andamento do processo, o cabo realiza trabalhos burocráticos na Diretoria de Veteranos e Pensionistas (DVP) da PM.

A primeira audiência do caso está marcada para 26 de novembro. Soares passou três meses afastado da corporação, de licença para tratamento psiquiátrico. De acordo com o jornal O Globo, no fim de março deste ano, o PM voltou a trabalhar e foi transferido da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha em cumprimento à decisão da juíza Viviane Ramos de Faria, da 1ª Vara Criminal, que determinou a suspensão parcial da função de policial militar. O agente só pode executar trabalhos internos, perdeu o porte de arma e está proibido de entrar em contato com qualquer testemunha do caso. 

 

 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister