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Censura

Empresas se recusam a fazer publicidade contra o governo, por medo de represálias

Grupo "Antifas de Ijuí" arrecadou dinheiro para pagar outdoors, mas empresas negaram o serviço por medo

22.set.2020 às 16h36
Porto Alegre
Pedro Neves

Montagem feita em vídeo, mostrando como seriam os outdoors com críticas ao presidente - Reprodução

Um coletivo antifascista formado na cidade de Ijuí arrecadou dinheiro para dar início a uma campanha crítica ao governo do presidente Bolsonaro. A ideia era usar esses recursos para pagar publicidade em alguns outdoors na cidade, contendo algumas frases como “você sabia que Bolsonaro foi contra o auxílio emergencial?” e “Bolsonaro, o Brasil quer saber por que a sua mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu 89 mil de Fabrício Queiroz?”.

A formação desse coletivo aconteceu na onda do surgimento de torcidas antifascistas, que levantou o debate sobre a necessidade de combate à crescente ameaça fascista no Brasil. Um membro desse coletivo contou como se deu a formação. “Teve um monte de gente na cidade que ficou animada com aqueles atos das torcidas antifascistas, conversávamos bastante sobre aquilo. Víamos aqueles atos de rua, e íamos para as redes debater alguma forma de nos organizar por aqui. Uma boa parte dessas pessoas eram profissionais liberais, apenas uma parte identificada com a esquerda.”

A partir desses debates acabaram formando um grupo, reunido através do Whatsapp, nomeado “Antifas de Ijuí”. Este grupo reuniu diversas pessoas da cidade, entre filiados a partidos políticos, simpatizantes da causa e críticos do governo. Neste grupo, segundo relata um dos membros, há uma grande pluralidade de visões e organizações, unificados pela ideia de combate ao fascismo na cidade.

Nestes tempos de pandemia, surgiu a ideia de juntar dinheiro para fazer uma manifestação através dos outdoors, pois, em Ijuí, é possível encontrar diversas manifestações semelhantes favoráveis ao governo. Foi arrecadado então dinheiro suficiente para pagar em torno de dois outdoors. Um membro do coletivo se disponibilizou a fazer o contato e recebeu de retorno que as empresas estavam com medo de fazer esse tipo de serviço. O temor era que houvessem danos na estrutura do outdoor.

“Ficamos umas duas semanas tentando contato com diversas empresas. Algumas aqui da região, outras de Santa Cruz, até da Capital. Foram umas 6 ou 7 no total. Quando perguntavam quem era o cliente, e qual o conteúdo das artes, as empresas já davam pra trás.”

O responsável pela tarefa de contatar as empresas de publicidade que fariam o serviço relata que não esperava esse tipo de resposta. O que era para ser uma transação comercial simples, recebeu essa resposta: “Não temos autorização para fazer esse tipo de campanha. Última vez deu uma tremenda confusão.”

As empresas de publicidade contatadas se negaram a realizar o serviço, devido ao medo de retaliação por apoiadores do governo. O responsável por fazer esse contato, que preferiu não se identificar, também por medo de represálias, relata como foram alguns desses contatos com as empresas.

“Uma delas se negou a fazer o serviço quando dissemos que o outdoor era um protesto contra o governo. A outra se disponibilizou caso nós nos responsabilizássemos por quaisquer prejuízos advindos do eventual vandalismo da direita. Ambas empresas ficaram com medo de ter prejuízo por causa dos bolsonaristas, pois uma delas teve, inclusive. No entanto, aqui na cidade, tem 3 outdoors bolsonaristas intactos.”

O caso relatado em e-mail aconteceu na cidade de Venâncio Aires, onde um outdoor com publicidade crítica ao governo foi completamente destruído, como relata uma correspondência trocada entre o representante do grupo e a empresa. “… em Venâncio Aires na campanha Fora Bolsonaro passaram de retro escavadeira e motosserras em nossos painés […] o custo de um outdoor não sai por menos de R$ 5 mil cada, se vierem a destruir quem irá arcar com as despesas? Vocês ficariam com o risco de pagar os prejuízos?”


Retroescavadeira sendo utilizada para destruir outdoor com críticas ao governo federal, em Venâncio Aires / Reprodução

Na opinião de outro integrante do grupo, este tipo de situação configura uma espécie de repressão velada. Segundo ele, independente da pessoa ser simpatizante do governo, ela fica com medo de retaliação. Principalmente no caso dos outdoors, onde os responsáveis das empresas relatavam não se importarem de fazer o serviço, mas acabavam negando pelo temor de repressão e de perder clientes, visto que a maioria dos contratantes deste tipo de publicidade política são favoráveis ao governo Bolsonaro.

Este mesmo membro relata: “Estávamos a tempos querendo fazer essa manifestação. Começamos no grupo de whats, só debatendo e conversando. Com o tempo, vimos que mais pessoas passaram a querer se integrar, e passamos a fazer algumas ações de mais visibilidade, como pendurar faixas em locais da cidade, o que atraiu mais pessoas. Foi interessante, pois pudemos descobrir mais gente contra o governo e que não se manifestavam justamente por terem medo.”

Ele relata ainda que, na sua concepção, este modo de agir configura uma espécie de jogo sujo. Os comerciantes, por exemplo, que levantam a bandeira de determinada causa, são prejudicados. Na sua opinião, o boicote é uma opção política legítima, porém, os grupos bolsonaristas vão além, partindo para ações violentas e disseminação de mentiras, e isso gera uma onda de medo. Em alguns casos, a empresa não tem um posicionamento político, porém, o simples fato de realizar um serviço é o suficiente para gerar ações violentas.

Com a recusa de todas as empresas, a única alternativa que restou ao grupo foi fazer o protesto virtual, em forma de vídeo, para denunciar esse receio de grupos bolsonaristas e ao mesmo tempo veicular a mensagem pretendida. Infelizmente, o vídeo também gerou reações negativas, pois mostrava como seriam os outdoors caso fossem feitos de verdade. Houve relatos de que simpatizantes do governo foram até os locais exibidos no vídeo para conferir se aquele protesto era mesmo verdadeiro. Essa onda de ódio movida por simpatizantes do governo Bolsonaro tem gerado um clima de instabilidade e temor, muito bem sintetizado em uma mensagem recebida pelo grupo, como resposta de uma das empresas contatadas:

“… infelizmente trabalhar com política hoje no país inteiro anda complicado, as pessoas tem medo de sofrerem retaliações, principalmente do pessoal de direita que são mais agressivos.”

 


Reprodução de e-mail recebido por empresa responsável pela publicidade em outdoors / Reprodução

 
 
 
 
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A post shared by Paulo Pimenta (@pimenta1307) on Sep 21, 2020 at 8:32am PDT

 

Editado por: Katia Marko
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